Título: Barril sobe quase 4% e fecha a US$ 41 ,65 na bolsa de Nova York
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Fonte: Gazeta Mercantil, 04/03/2009, InfraEstrutura, p. C2

Nova York, 4 de Março de 2009 - Os preços futuros do petróleo negociados nos Estados Unidos e em Londres fecharam com alta ontem, em recuperação após a queda de 10% registrada na sessão anterior, seguindo a tendência em Wall Street.

"O mercado está se consolidando após a forte queda (de segunda-feira)", disse Tom Bentz, analista do BNP Paribas Commodity Futures Inc em Nova York. "O mercado acionário está fazendo o mesmo", acrescentou Bentz.

Na bolsa nova-iorquina, o preço do West Texas Intermediate (designação do petróleo leve com baixo teor de enxofre) para entrega em abril subiu US$ 1,50 ontem, ou 3,76%, para US$ 41 ,65 o barril, em comparação ao fechamento do dia anterior.

Na bolsa de Londres, o petróleo tipo Brent para entrega em abril teve alta de US$ 1 , 46 , ou 3 , 46 %, para US$ 43 ,70 o barril, na comparação com o preço registrado no pregão de segunda-feira.

Segundo Ellis Eckland, analista independente, os preços se beneficiaram com uma "recuperação" depois da queda "profunda" de mais de US$ 4, registrada na segunda-feira, uma "reação exagerada diante do recuo na bolsa."O mercado acionário dos Estados Unidos reagiu positivamente após o presidente norte-americano, Barack Obama, dizer que os preços das ações estão em patamares atrativos, reduzindo as incertezas permanentes sobre planos para fortalecer o sistema financeiro. "O mercado de petróleo bruto está sendo influenciado pelas preocupações com a economia global e pelo que a Opep pode fazer em seu encontro no dia 15 de março", disse Andy Lebow, corretor da MF Global em Nova York.

Opep, centro das atenções

"O mercado começa a focalizar sua atenção na reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) em 15 de março", explicou Andy Lipow, da Lipow Oil Associates. O cartel de exportadores já anunciou no final de 2008 reduções de produção no total de 4, 2 milhões de barris diários, que seus membros parecem aplicar com um rigor inédito. "O mercado espera uma nova redução na produção, diante da queda na demanda", observou.

Os principais agentes do mercado, entre eles a Opep, prevêem no momento um novo recuo no consumo mundial de petróleo este ano, após uma contração em 2008, pela primeira vez em 25 anos. No entanto, os membros do cartel emitiram "sinais contraditórios", disse Lipow, provocando dúvidas no mercado.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 2)(Reuters e AFP)