Título: Fluxo inverte tendência e tem saldo positivo em fevereiro
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Fonte: Gazeta Mercantil, 05/03/2009, Finanças, p. B2
Brasília, 5 de Março de 2009 - Depois de cinco meses com resultados negativos, o fluxo cambial de fevereiro inverteu a tendência e registrou saldo positivo de US$ 841 milhões. O resultado foi obtido a partir de um saldo de US$ 2,8 bilhões na conta comercial e de um déficit de US$ 2 bilhões na conta financeira. Os números consolidados do câmbio contratado de fevereiro foram divulgados ontem pelo Banco Central.
Em fevereiro do ano passado, o saldo do fluxo cambial foi positivo em US$ 3,246 bilhões, ou seja, o resultado do mês passado foi 74% menor que o de igual período de 2008. Ainda assim, há o que comemorar, pois janeiro deste ano havia apresentado déficit de US$ 3 bilhões. Entre outubro e janeiro, o déficit acumulado no fluxo chegava a US$ 22,1 bilhões.
"A parte boa é que se trata do primeiro superávit em meses, bastante por conta do superávit robusto do saldo comercial", diz o economista André Sacconato, da Tendências Consultoria. Nas operações comerciais, o saldo bilionário foi gerado por US$ 7,6 bilhões de fluxo de câmbio relacionado a importações e US$ 10,4 bilhões de exportações. Em fevereiro de 2008, o saldo do fluxo de câmbio comercial foi de US$ 2,6 bilhões, mas com uma corrente de comércio mais forte, formada por US$ 9,6 bilhões de importações e US$ 12,3 bilhões de exportações. Ou seja, embora o saldo final tenha ficado 7,7% maior, o câmbio relacionado a importações caiu 21,3% e o das exportações, 15%. "Há um saldo positivo, mas com retração de mercado", explica Sacconato.
O balanço geral do fluxo de câmbio comprova que o movimento financeiro apresentou retração bem mais forte que o segmento comercial. O saldo negativo do setor, de US$ 2 bilhões, foi gerado por um movimento de US$ 16,4 bilhões em compras e de US$ 18,4 bilhões em vendas. Em fevereiro do ano passado, o movimento de compras foi de US$ 26,6 bilhões e o de vendas ficou em US$ 28 bilhões, gerando saldo positivo de US$ 600 milhões. Assim, o movimento de compras caiu quase 43% e o de vendas apresentou retração de 34,4%.
Segundo Sacconato, ainda não é possível dizer que fevereiro representa o novo patamar do movimento de câmbio em um momento pós-crise. "Ainda é cedo para tomar os valores do mês como referência. Mas é certo que o câmbio das operações financeiras vai apresentar retração mais forte que na conta comercial", avalia.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Ayr Aliski)
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