Título: GM corta salários de executivos para se ajustar aos novos tempos
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Fonte: Gazeta Mercantil, 06/03/2009, Transportes, p. C5
Southfield, Michigan (EUA), 6 de Março de 2009 - O presidente da General Motors, Rick Wagoner, trabalhando por US$ 1 este ano para manter os empréstimos do governo americano, teve sua remuneração total reduzida para US$ 5,4 milhões no ano passado, ante US$ 14,1 milhões em 2007, no momento em que a empresa informa que os auditores questionam a capacidade da empresa de manter suas operações.
A remuneração de Rick Wagoner incluiu um salário de US$ 2,1 milhões e ele não recebeu bonificação, informou ontem a montadora com sede em Detroit num documento regulamentar. A maior montadora americana perdeu US$ 30,9 bilhões no ano passado, a segunda maior queda nos 100 anos de história da companhia.
Menor remuneração
A General Motors está reduzindo a remuneração dos executivos e vai eliminar 47 mil empregos este ano como parte de um programa de reestruturação necessário para manter US$ 13,4 bilhões em empréstimos americanos. Wagoner, de 56 anos, tem de convencer o Tesouro americano a emprestar à montadora US$ 16,6 bilhões a mais para sobreviver. A General Motors está também fechando ou vendendo suas marcas Saturn, Saab e Hummer e pedindo US$ 6 bilhões em ajuda fora dos Estados Unidos.
Capacidade da empresa
Por causa da dependência da General Motors na ajuda governamental, os auditores decidiram atribuir para a empresa a denominação de "going concern" (empresa em funcionamento), significando que há dúvida substancial sobre a capacidade da montadora de sobreviver, segundo o documento. A General Motors informou ter renegociado os termos com seus credores para não quebrar as condições de empréstimos com a denominação.
A General Motors informou numa nota que a decisão dos auditores "não foi inesperada", vistos os comentários públicos da empresa sobre seu acesso a fundos desde o final do ano passado. "Uma vez que as vendas automotivas se recuperarem e as ações de reestruturação da montadora gerarem as reservas e os benefícios antecipados, a empresa deve novamente ser capaz de financiar suas próprias necessidades operacionais", segundo informa o comunicado.
A General Motors reiterou, no relatório regulamentar, que se não for capaz de se reestruturar com sucesso e tiver de entrar com pedido de concordata sem apoio do governo, pode ter de pedir liquidação pelo Capítulo 7 por causa da falta de fundo privado no regime DIP (devedor na posse de seus bens).
Separação da Saab
A General Motors contratou Stephen Girsky, presidente da Centerbridge Partners, para aconselhar a empresa e os revendedores sobre a cisão ou venda de sua divisão Saturn, disse Steven Janisse, porta-voz da montadora.
Além disso, a empresa informou que pode ver uma perda significativa que pode exceder US$ 1 bilhão na separação da unidade Saab.
A Saab, com sede em Trollhaettan, Suécia, entrou com pedido de proteção dos credores em 20 de fevereiro depois que a General Motors informou que cortará os laços antes do fim do ano e não conseguiu alcançar um acordo de ajuda financeira do governo sueco.
(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 5)(Bloomberg News)