Título: Queda de preço faz mundo poupar US$ 1,72 trilhão com petróleo
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 05/03/2009, InfraEstrutura, p. C8

Londres, 5 de Março de 2009 - O petróleo mais barato dos últimos cinco anos, um sinal da recessão mundial, pode representar o maior impulso no poder de compra das pessoas desde pelo menos 1980, disse a Longview Economics. O gráfico elaborado pela consultoria com sede em Londres (ver nesta página) mostra que os gastos com petróleo serão de cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial em 2009, em comparação com os 4,9% de 2008, disse o principal executivo da Longview, Chris Watling, em um relatório datado de 2 de março.

Supondo que o preço médio do barril seja de US$ 41,90 este ano, o mundo está prestes a poupar US$ 1,72 trilhão na compra de petróleo em relação ao ano passado, segundo estimativa de Watling.

"É uma poupança aproximadamente três vezes maior que a soma de todos os pacotes de incentivos anunciados este ano pela China e as economias ocidentais", disse Watling. "O que for poupado com a queda no preço do petróleo irá diretamente para os bolsos dos consumidores e das empresas, sem ser obstruído pela burocracia e vai acontecer, ao contrário de partes do estímulo fiscal, que provavelmente terão efeito retardado", acrescentou.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou um plano de incentivo de US$ 787,2 bilhões no mês passado, dos quais US$ 185 bilhões alocados para 2009, para combater a pior recessão em sete décadas. A economia dos EUA encolheu 6,2% no quarto trimestre de 2008, em relação ao mesmo período de 2007.

O petróleo bruto caiu a até US$ 33,98 em 12 de fevereiro, e o preço médio este ano na Bolsa Mercantil de Nova York é de US$ 40,71, segundo dados compilados pela "Bloomberg". É o nível mais baixo desde 2004, quando o preço médio foi de US$ 38,57.

A Longview prevê "algum fortalecimento" nos preços do petróleo ainda este ano, mas mesmo uma alta de 25% não minaria a poupança significativa com a compra do produto, disse Watling numa entrevista.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 8)(Bloomberg News)