Título: Economia cresce 5,1% em 2008 apesar da retração do 4º- trimestre
Autor: Lorenzi,Sabrina
Fonte: Gazeta Mercantil, 11/03/2009, Brasil, p. A8

Rio de Janeiro, 11 de Março de 2009 - A crise internacional derrubou o consumo das famílias e os investimentos dos empresários no último trimestre, mas mesmo assim o crescimento da economia brasileira em todo o ano passado ficou em segundo lugar no ranking mundial, perdendo apenas para a China. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem que o Produto Interno Bruto (PIB) em 2008 cresceu 5,1% e somou R$ 2,9 trilhões. Deste total, os serviços responderam por R$ 1,6 trilhão e ganharam ainda mais importância no último trimestre por causa da forte vulnerabilidade da indústria à crise.

"Ainda não dá para saber se mudou o patamar de crescimento da economia. O que podemos dizer é que a crise interrompeu o ritmo do PIB e houve uma ruptura, uma desaceleração", afirmou o chefe do Departamento de Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto.

Do terceiro para o quarto trimestre, a economia mudou radicalmente e encolheu 3,7%. Antes de a bolha financeira estourar lá fora, o PIB crescia 6,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, taxa que desabou para 1,3% no quarto trimestre. "É um momento de absoluta indefinição, uma crise ímpar", diz.

Investimento recorde

Numa mesma divulgação, o IBGE informou o melhor resultado do investimento da história e também o pior dele. No ano, a Formação Bruta de Capital Fixo, que mede os aportes, cresceu 13,8% - desempenho recorde. Mas o mesmo indicador amargou a mais intensa queda da história no último trimestre, ao recuar 9,8%. Assim como o investimento, a trajetória de vários segmentos da economia mudou radicalmente de repente. A leitura da economia brasileira pode ser feita basicamente em dois momentos: antes e depois da crise.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 8)(Sabrina Lorenzi)