Título: Preocupação com segurança
Autor: Sassine, Vinicius
Fonte: Correio Braziliense, 24/03/2011, Brasil, p. 10

Nas duas audiências públicas realizadas ontem no Congresso, os presidentes das estatais responsáveis pelo programa nuclear brasileiro foram questionados sobre diversos problemas identificados nas usinas Angra 1 e 2 e na construção de Angra 3. Deputados e senadores cobraram explicações sobre a necessidade de o Brasil importar urânio para abastecer as usinas e sobre o descumprimento de uma norma de segurança em caso de acidentes severos, editada pela Agência Internacional de Energia Atômica (Aeia). As duas situações foram mostradas pelo Correio ontem.

O presidente das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Alfredo Tranjan Filho, ressaltou que o país tem uma das maiores reservas de urânio do mundo e que o problema da falta de combustível não deve se repetir. Por causa de uma licença travada na Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e das dificuldades da INB em cumprir as exigências, a extração de urânio na mina de Caetités (BA) caiu para menos da metade no ano passado. Em relação à norma da AEIA, os presidentes da Cnen, Odair Gonçalves, e da Eletronuclear, Othon Pinheiro, argumentaram que as condições de segurança nas usinas são satisfatórias.

A liderança do PV na Câmara propôs um projeto de decreto legislativo que pede a suspensão da retomada das obras de Angra 3. A sigla também enviou um requerimento à presidente Dilma Rousseff cobrando a reavaliação do funcionamento de Angra 1 e 2. Ao Ministério Público, o PV pede a suspensão de Angra 2 e a inconstitucionalidade do projeto de Angra 3. (VS)