Título: Aposta do mercado vem em linha com BC
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Fonte: Gazeta Mercantil, 12/03/2009, Finanças, p. B2

São Paulo, 12 de Março de 2009 - A ala majoritária do mercado financeiro manteve as apostas de que na redução da taxa Selic de 12,75% para 11,25% ao ano, em linha com decisão anunciada ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do banco Central, mesmo patamar de março de 2008.

Mesmo com um corte mais agressivo da taxa de juros, uma parte dos investidores já precificava uma redução de 2 pontos percentuais, frente a perspectiva de maior desaceleração da economia doméstica.

No mercado de renda fixa, os negócios foram influenciados positivamente pela divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) revelando que a inflação não é um empecilho para uma decisão mais agressiva do BC. O IPCA subiu 0,55% em fevereiro, dentro da mediana das estimativas e o IGP-M registrou deflação de 0,45% na primeira prévia de março, sendo que o consenso no mercado era de queda de 0,10%.

Na BM&FBovespa , as projeções de juros fecharam sinalizando queda. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em abril, que concentra as apostas para a Selic, sinalizou taxa de 11,24%, ante 11,45% da véspera. O DI de janeiro de 2010 teve taxa anual de 9,98%, ante 10,11% do último ajuste.

Para o vice presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, este é o momento do BC ousar como ousaram os principais bancos centrais do mundo, que resolveram reduzir suas taxas de juros para evitar uma desaceleração econômica mais acentuada.

Já o dólar manteve-se em queda por boa parte do dia, acompanhando o clima de otimismo dos mercados em Wall Street, após o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, indicar que os investidores privados também poderão solicitar empréstimos federais para aquisição de ativos bancários, em uma ação que visa descongelar o crédito.

No entanto, a instabilidade da bolsa trouxe incertezas ao câmbio. O dólar chegou a cair a R$ 2,317 na mínima do dia, mas fechou com leve alta de 0,09%, vendido a R$ 2,35, prejudicado também pelos números do fluxo cambial. Segundo dados do Banco Central (BC), o saldo da entrada e saída de dólares no País iniciou o mês de março negativo em US$ 676 milhões, apontando uma inversão de mão dos agentes depois da entrada líquida de US$ 841 milhões em fevereiro.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(InvestNews)