Título: Lula defende investimentos
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 12/03/2009, Brasil, p. A11

Porto Velho, 13 de Março de 2009 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender, ontem, a manutenção dos investimentos como forma de minimizar os impactos da crise financeira no Brasil. Para Lula, "não se pode sentar em cima do dinheiro e esperar a crise passar".

"Esse é o momento em que a gente, com responsabilidade, tem que investir para gerar empregos. Quanto mais o mundo está em crise, mas nós aqui (no Brasil) vamos fazer investimentos para combatê-la", afirmou o presidente. Como exemplos, citou o início das obras de terraplanagem de uma refinaria de petróleo no Maranhão, onde o governo federal deverá investir cerca de US$ 19 bilhões.

O presidente esteve em Porto Velho, em Rondônia, para participar da formatura de trabalhadores inscritos no projeto Acreditar, que capacita moradores da cidade para trabalhar na construção das Usinas do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira. Lula defendeu a construção da obra e disse que as hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau serão o paradigma para outras usinas que o governo pretende construir no País.

No discurso, o presidente fez críticas à demora no processo de licenciamento ambiental para liberação do projeto das usinas. "Muitas vezes um governo toma posse e termina seu mandato sem conseguir licenciar uma obra desta magnitude", reclamou.

Ele também destacou a construção do linhão que vai integrar as usinas ao sistema de energia interligado nacional. "E por que é importante construir o linhão?", perguntou-se, para, em seguida responder: "Para não ter apagão. Eu posso garantir não vai ter mais apagão neste país. Vamos construir todas as hidrelétricas que precisamos fazer", afirmou. Seus esforços nesse sentido incluem negociações com chefes de estado da América Latina para a construção de empreendimentos binacionais. Seu objetivo, disse Lula, é garantir a integração energética do continente.

Lula voltou a pedir aos empresários que contratem operários para trabalhar "em dois ou três turnos de trabalho". Para ele, a medida gera mais empregos e assim contribui para amenizar a situação econômica. "Essa crise era para ter chegado no Brasil com muito menos intensidade. Tenho certeza que seremos o primeiro país a sair dessa crise", disse, ao lançar a pedra fundamental da Usina de Jirau, às margens do Rio Madeira.

O presidente propôs ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que forme um comitê para acompanhar o andamento da obra de Jirau, a fim de evitar paralisações por problemas legais ou ambientais. Sua intenção é que o comitê conte com representantes do governado do estado, das empresas que participam do consórcio para a construção da Hidrelétrica de Jirau, dos ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente, do Ibama e do Ministério Público.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 11)(Agência