Título: Fraudes geram perdas de R$ 588 mi
Autor: Nunes, Vicente; Allan, Ricardo
Fonte: Correio Braziliense, 24/03/2011, Economia, p. 15

A larga oferta de crédito ao consumidor no ano passado fez com que as vendas de automóveis decolassem. Os financiamentos no setor bateram recorde, chegando a R$ 188,6 bilhões, num crescimento de 19,9%, revelou a Associação Nacional de Empresas Financeiras das Montadoras (Anef). A facilidade na hora de parcelar veículos fez com que o número de fraudes aumentasse. Uma pesquisa da Serasa Experian aponta que, no período, os golpes contra as financeiras geraram prejuízo de R$ 588 milhões.

Segundo o especialista da Serasa Experian Marcelo Kekligian, o mais comum é o uso de documentos falsos ou roubados. ¿O golpista cria uma identidade que não existe, consegue o crédito e desaparece com o carro¿, disse. ¿A instituição acaba lançando a perda pela dificuldade em localizar o acusado.¿ O estudo aponta que programas antifraude reduziriam a perda em até 65%. ¿É um setor que necessita de proteção. A tecnologia de prevenção tem que ser atualizada, pois os falsificadores se modernizam.¿

As exigências na compra de veículos eram mínimas. Neste ano, a tendência é de que o brasileiro encontre dificuldades no financiamento de carros. A principal mudança é que, nos financiamentos de 24 a 36 meses, o comprador tem de pagar pelo menos 20% do valor do veículo de entrada. Se a venda tiver prazo de 36 a 48 meses, o mínimo é de 30%. De 48 a 60 meses, a proporção aumenta para 60%.

Aperto sobre os importados O governo vai apertar a fiscalização dos produtos importados e deve aumentar a lista de itens que precisam passar necessariamente pelo canal vermelho da Receita Federal, que define a checagem obrigatória nas alfândegas. Além disso, nas próximas semanas, será divulgada uma lista com artigos que só poderão entrar no país após um rigoroso processo de certificação. ¿O Inmetro fará uma fiscalização maior das normas técnicas dos importados¿, disse o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, após a reunião do Grupo de Avanço da Competitividade (GAC).