Título: Sistema de socorro às empresas preocupa BNDES
Autor: Feltrin,Luciano
Fonte: Gazeta Mercantil, 16/03/2009, Finanças, p. B3

São Paulo, 16 de Março de 2009 - A possibilidade de dar o socorro adequado às empresas de pequeno e médio portes - as mais atingidas pela maior seletividade do mercado de crédito, agravada nos últimos seis meses -, preocupa o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), reconhece o presidente da instituição, Luciano Coutinho. "Dependemos da rede bancária para ajudar principalmente as empresas menores. Mas, às vezes, por dificuldade de coordenação, não conseguimos fazer isso, o que nos causa muita angústia", afirmou, na sexta-feira, após participar de evento organizado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).

Segundo Coutinho, porém, o BNDES está suficientemente capitalizado para garantir empréstimos a empresas até o próximo ano. No fim do ano passado, o banco recebeu um aporte de R$ 100 bilhões do Tesouro Nacional. "Em 2008, direcionamos cerca de R$ 22 bilhões às pequenas e médias empresas. Neste ano, esse volume deve ser superado", afirmou. "Temos fôlego para suprir as necessidades até 2010. Se a crise se estender, teremos de dar um jeito", disse, ressaltando que aguarda a normalização dos mercados de crédito e de capitais do País a partir do segundo semestre.

Para Coutinho, a melhora devolverá ao banco de fomento a possibilidade de executar suas principais atividades. "No momento, temos atuado também para corrigir falhas momentâneas do mercado. Por isso, não seria positivo registrar um aumento dos recursos emprestados. Seria um sintoma ruim", explicou.

Em sua avaliação, o início da normalização do mercado de capitais ocorrerá naturalmente. "Oscilações de preços de ativos é normal. Mas algo positivo é que não há problemas nas estruturas reais das companhias. Os problemas com empresas listadas foram bastante pontuais", ponderou.

Referindo-se à Embraer, o presidente do BNDES disse que é parte do papel do banco financiar os clientes da companhia.

Sem problemas

Coutinho disse acreditar que a análise otimista não engloba os países desenvolvidos. "Em minhas conversas com banqueiros internacionais, o que ouço é que dois anos é o período mínimo para desmontar os níveis de desalavancagem do sistema financeiro internacional."

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Luciano Feltrin)

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