Título: Governo calcula os estragos
Autor: Sabadini, Tatiana
Fonte: Correio Braziliense, 24/03/2011, Mundo, p. 25

O Japão deve gastar até US$ 310 bilhões para reconstruir sete províncias devastadas pelo terremoto seguido de tsunami que abalou o país em 11 de março. As estimativas do governo são apenas para obras de infraestrutura, planos de habitação e instalações empresariais. O prejuízo aos cofres públicos deve diminuir em 0,5 ponto percentual a taxa de crescimento em 2011 ¿ má notícia para uma economia estagnada há uma década. As grandes indústrias, especialmente do setor automobilístico, devem continuar paralisadas até a próxima semana. A destruição de portos e estradas também afeta as exportações. Apesar do cenário, o governo acredita que a economia volte a crescer até o fim do ano.

O custo final da reconstrução pode até ultrapassar a estimativa do governo. Além de ainda não terem sido contabilizados os prejuízos relativos a atividades econômicas paradas pela falta de energia, os gastos com a ameaça nuclear podem aumentar, caso a crise na usina de Fukushima não seja controlada. ¿Nós fizemos os cálculos baseados nas informações disponíveis até agora, e não podemos evitar a possibilidade de termos algumas variações¿, afirmou o ministro da Economia, Kaoru Yosano.

De acordo com Yosano, os gastos iniciais precisam ser reservados para as situações de emergência e não devem causar uma perda tão significativa no Produto Interno Bruto (PIB), como alguns especialistas adiantaram. ¿Há pessoas que acreditam que a economia japonesa poderá afundar. Mas temos em mente que, por causa do terremoto, a produção pode se desacelerar numa extensa área e por um período prolongado¿, disse o ministro.