Título: Crise vai engrossar relação de beneficiários do Bolsa Família
Autor: Lorenzi, Sabrina
Fonte: Gazeta Mercantil, 17/04/2009, Word Economic Forum, p. A13

Segundo ministro Patrus Ananias, cerca de 1,3 milhão de pessoas entrarão no programa.

A crise vai engrossar a lista dos beneficiários do Bolsa Família, juntamente com a identificação das pessoas que viviam na pobreza mas não eram cobertas por falta de informação.

Além dos 11 milhões que já têm o benefício, 1,3 milhão de pessoas vão receber os recursos, segundo o ministro Patrus Ananias.

Por enquanto, a crise não provocou aumento nos gastos sociais, de acordo com o ministro. Para este ano, o orçamento do ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome prevê recursos da ordem R$ 33 bilhões. No ano passado foram destinados cerca de US$ 27 bilhões. Ananias disse que ¿os pobres fazem parte da solução da crise¿, ao participar do World Economic Forum. ¿Se os recursos financeiros investidos nesta crise fossem investidos no combate à pobreza, não haveria mais pobreza no mundo¿, completou.

O governo incluiu no cadastro dos programas sociais pessoas que viviam na chamada pobreza oculta. São os brasileiros sem documentos, endereço, população de rua e outros que o Estado não conseguia incluir na rede de proteção social. Os esforços para encontrar essas pessoas resultou no aumento de beneficiários. Por outro lado, muitos que recebem o benefício deixam de receber na medida em que passam a gerar a própria renda, suficiente para viver sem ajuda do governo.

Durante a mesa ¿América Latina: Recessão Econômica e Distribuição de Renda¿, a vice-presidente para a América Latina e Caribe do Banco Mundial, Pamela Cox, disse, segundo o ministério, que a crise está afetando diretamente a classe média, mas que os pobres estão sendo protegidos por redes de proteção social.

¿O programa do governo brasileiro, Bolsa Família, é um exemplo desta rede¿, destacou Pamela, segundo informou o ministério. O painel foi fechado para a cobertura da imprensa. O presidente do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, afirmou na palestra que as ações sociais das empresas somadas às parcerias governamentais são importantes para a superação deste momento, segundo informações do ministério.

"O Brasil tem sido considerado modelo de progresso social em função de programas como o Bolsa Família, que beneficia 11,1 milhões de famílias com transferências que variam de R$ 20 a R$ 182 reais".