Título: Queda no preço do diesel pode demorar até 4 meses, diz Lobão
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Fonte: Gazeta Mercantil, 17/04/2009, Infraestrutura, p. C6

Brasília, 17 de Abril de 2009 - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou ontem que o grupo de trabalho formado para estudar a redução no preço do óleo diesel irá discutir se a compensação virá de redução na Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) ou da margem de lucro da Petrobras.

O ministro, no entanto, observou que a ideia é que "a Petrobras seja preservada" e que é preciso evitar "destruir a saúde financeira" da empresa. Lobão reafirmou, porém, que uma solução para a questão não deve sair em menos de três ou quatro meses.

Questionado se o prazo não é longo para socorrer setores como o de transporte de cargas, que alega perdas provocadas pela combinação entre o alto preço do diesel e a redução da atividade econômica provocada pela crise financeira internacional, Lobão respondeu que é desejo do governo resolver a questão com agilidade, mas que é preciso evitar "destruir a saúde financeira da Petrobras".

"Compreendemos a situação dos caminhoneiros, mas seguramente eles também compreendem que, quando o barril do petróleo se elevou tanto, eles não foram afetados por conta disso. Ao contrário, levamos anos sem fazer qualquer alteração", afirmou. "Portanto é preciso ser levado em consideração, não podemos também destruir a saúde financeira da Petrobras", ressaltou o ministro.

O grupo de trabalho, que discute a redução no preço do óleo diesel, é formado por representantes dos ministérios de Minas e Energia e da Fazenda.

A Cide já foi reduzida pelo governo em maio do ano passado, como maneira de diminuir o impacto para o consumidor do aumento dos combustíveis nas refinarias feito pela Petrobras, em um período em que os preços internacionais do petróleo estavam próximos dos níveis recordes. Na época, a Cide sobre a gasolina caiu de R$ 0,28 por litro para R$ 0,18 por litro. No diesel, a redução foi de R$ 0,7 para R$ 0,3 por litro. A Cide é uma tarifa criada originalmente para levantar recursos para a recuperação de estradas.

Lula também cobra reduçãoOntem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a redução dos preços dos combustíveis cobrados no País.

"Nós precisamos reduzir, todo mundo sabe disso, a Petrobras sabe disso. Mas precisamos compatibilizar o que irá acontecer com os Estados, que nessa época de crise perderão muito ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços)", afirmou o presidente a jornalistas depois de participar de solenidade de promoção de oficiais das Forças Armadas em Brasília. "Então, nós não podemos calçar um santo e descalçar o outro. Precisamos, mesmo que seja um sapato mais humilde, dar um sapato para cada um para que todo mundo possa calçar", acrescentou o presidente.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 6)(Agência Brasil e Reuters)