Título: LLX aumenta capital e BNDES passar a deter 12,05% das ações
Autor: Costa,Déborah
Fonte: Gazeta Mercantil, 17/03/2009, Transportes, p. C2

São Paulo, 17 de Março de 2009 - Pensando em investir em projetos de infra-estrutura brasileira, a LLX, empresa de logística do grupo do empresário Eike Batista, anunciou aumento de capital social no valor de R$ 600 milhões. "Estamos otimistas com relação a retomada do Brasil após a crise financeira mundial, para isso os investimentos devem continuar e nós estamos fazendo nossa parte", afirma Ricardo Antunes, presidente e diretor de relações com investidores da LLX.

O conselho administrativo da LLX Logística aprovou ontem aumento de capital social da companhia passando de R$ 75,15 milhões para R$ 675,15 milhões. O incremento será feito por meio da emissão de 333 milhões de ações ordinárias, sem valor nominal, ao preço individual de R$ 1,80.

Com a operação, a subsidiária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a BNDES Participações (BNDESPAR) vai adquirir o equivalente a 25% do total das novas ações, o que corresponde a R$ 150 milhões, passando a deter 12,05% do capital da empresa.

"Isso mostra que o governo federal reconhece a necessidade de investimento no setor e que vai trabalhar para que o prejuízo não se acentue. Além disso, os projetos da LLX se enquadram na visão do BNDES Participações de prover para o Brasil uma infra-estrutura necessária para que o país cresça", acrescenta Antunes.

O presidente enfatizou ainda que a empresa sempre considerou este aporte de capital para desenvolver os projetos em vista. "A LLX não tinha recursos para levar adiante os projetos, nós sabíamos que precisávamos levantar dinheiro e por isso o aumento de capital social", finaliza.

Além disso, o presidente assegurou que a empresa terá os R$ 600 milhões em caixa para realizar os investimentos na execução de dois projetos de terminais portuários atuação na região Sudeste.

O primeiro é o Super Porto de Açu, que está em construção desde outubro de 2007, em São João da Barra, Rio de Janeiro. O Terminal Portuário Privativo de Uso Misto do Açu terá área total de 7,8 mil hectares, com profundidade de 18,5 metros e estrutura offshore com até 10 berços para movimentação de produtos como minério de ferro, produtos siderúrgicos, carvão, granéis líquidos e carga geral. A expectativa é que este porto movimente em torno de 63 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, além de 30 milhões de toneladas por ano de outros produtos.

O segundo projeto é o Porto Sudeste, um Terminal Portuário Privativo de Uso Misto destinado a movimentação de minério de ferro. Situado no município de Itaguaí, Baía de Sepetiba, Rio de Janeiro, próximo ao porto público de Itaguaí, o porto tem área de 52 hectares e terá 20 metros de profundidade e estrutura offshore com dois berços de atracação. Este porto deverá movimentar 50 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.

"A qualidade dos projetos são de primeira linha e não estão sendo afetadas com a crise mundial. Está claro que com a crise a capacidade de produção tem que ser eficiente. O forte interesse das empresas nos leva a entender que estamos no caminho certo", destaca Antunes.

O prazo para acionistas exercerem Direito de Compra é de 30 dias. As ações que não forem adquiridas no período serão divididas por meio de rateio na proporção dos valores subscritos pelos acionistas. Só participarão da divisão, acionistas que tiverem feito constar no boletim de subscrição o "pedido de reserva para subscrição de sobras."

O aumento de capital será feito após assinatura de contrato entre o acionista controlador da LLX, Eike Batista, sua controlada Centennial Asset Mining Fund, o Ontário Teachers´ Pension Plan Board (OTPP) e a BNDESPAR.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 2)(Déborah Costa)