Título: Rússia reabre mercado à carne suína de SC
Autor: Wilke,Juliana
Fonte: Gazeta Mercantil, 18/03/2009, Agronegócio, p. B10
Florianópolis, 18 de Março de 2009 - O presidente da Coopercentral Aurora, de Chapecó (SC), Mário Lanzsnaster, estima um enxugamento de 30 mil a 40 mil toneladas/mês de carne suína do mercado catarinense nos próximos 90 dias, com a retomada das importações da Rússia. O embargo russo a Santa Catarina durou 39 meses, desde a ocorrência de focos de febre aftosa no Paraná, em dezembro de 2005. "Agora estão com pressa. Concederam autonomia para o Ministério da Agricultura (Mapa) auditar 10 plantas para podermos exportar hoje", diz. A Aurora que vende à Rússia através da unidade de Sarandi (RS), pretende habilitar três frigoríficos em Santa Catarina.Lanzsnaster diz que os estoques de suínos nas agroindústrias estão 50% acima do normal. "A decisão chega num momento de sufoco, quando as empresas detêm mais de 50 mil toneladas em estoques". Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo. Lanzsnaster o fim do embargo levará à reação da cadeia produtiva da carne.
A Rússia manteve o embargo, mesmo depois de o Estado obter, em 2007, o reconhecimento da Organização Internacional de Epizootias (OIE) de estado livre da doença sem vacinação. Em 2005, o país era o maior comprador da carne suína catarinense, com 250 mil toneladas. As exportações brasileiras totalizaram 400 mil toneladas. Atualmente, a queda nas exportações é generalizada em função da crise econômica. Em 2008, as vendas para a Rússia somaram 225,79 mil toneladas, num total de US$ 741,52 milhões, queda de 18,99% em volume e 11,08% em valor, ante 2007.
O diretor executivo do Sindicato da Indústria das Carnes (Sindicarnes/SC), Ricardo de Gouvêa, acrescenta que são boas as possibilidades de abertura de novos mercados. Os Estados Unidos dependem de aprovação comercial e a China, cujos contatos estão evoluindo. O diretor de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura de Santa Catarina, Roni Barbosa, afirma que a suinocultura catarinense incorporou ao processo produtivo modernas tecnologias em instalações, equipamentos e manejo, com destaque para a melhoria genética dos plantéis, das medidas de segurança sanitária e da melhor qualidade da carne.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 10)(Juliana Wilke)