Título: Produção de aço cresce em fevereiro
Autor: Collet,Luciana
Fonte: Gazeta Mercantil, 18/03/2009, Indústria, p. C6

São Paulo, 18 de Março de 2009 - Os números da siderurgia brasileira apresentaram melhora em fevereiro, na comparação com os péssimos indicadores de janeiro. Ainda assim, os dados estão bastante abaixo dos registados em fevereiro do ano passado. "Há queda em relação a 2008, mas há uma melhora significativa na comparação com o fundo do poço, para o setor, que foi dezembro e janeiro", afirmou o analista da Link Corretora, Leonardo Alves. "É possível observar um melhor desempenho, principalmente nos aços planos, em decorrência do incentivo dado pelo governo, mas o comportamento ao longo do ano vai depender das medidas futuras", acrescentou.

Já a Fator Corretora ressaltou que o mercado ainda está instável. "O processo de redução de estoques continua na cadeia siderúrgica, e novos cortes de produção foram anunciados pelas empresas domésticas. Os setores de construção civil, bens duráveis e automobilístico não têm se recuperado e continuarão a afetar negativamente a demanda por aço", informou em relatório.

No mês passado, a produção brasileira de aço bruto foi de 1,65 milhão de toneladas, um crescimento de 2,3% frente a janeiro, mas queda de 39% ante igual mês de 2008. Somente a produção de laminados teve alta de 11% em fevereiro, mas caiu 44,3% ante fevereiro do ano passado.

As vendas internas foram de 958 mil toneladas de produtos siderúrgicos, o que representa alta de 0,8% sobre o mês anterior. Em relação ao igual período do ano passado, a queda foi de 47,2%. As vendas de laminados planos, voltadas principalmente ao setor automotivo, caíram 49,6% ante fevereiro de 2008, para 529,7 mil toneladas, enquanto as vendas de aços longos, utilizados pela construção civil, tiveram redução de 42,3%, para 339,6 mil toneladas, na mesma comparação. "Em relação a janeiro, as vendas diárias de planos cresceram 22%, já as de longos ficaram no zero a zero", acrescentou Alves.

De acordo com ele, a alta da comercialização de produtos planos é resultado da isenção do IPI para os automóveis populares. Já no caso das vendas de longos, não houve até agora medidas de incentivo governamentais e o Estado ainda reduziu pela metade os gastos com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em janeiro, disse. O analista pondera que a queda no consumo de aço foi mais intensa por parte das montadoras, que no final do ano passado viram suas vendas de automóveis cair drasticamente e, por isso, gastaram estoques de aço e cortaram produção. "O impacto na construção civil demora mais, porque é mais complicado parar uma obra", afirmou.

Os embarques de aço em fevereiro foram de 474 mil toneladas, volume 8,2% maior ante janeiro. Já em valores, as exportações somaram US$ 278 milhões, queda de 31,2%, na mesma comparação, refletindo a forte queda dos preços no mercado internacional de aço, informou o IBS.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 6)(Luciana Collet)