Título: Lula cobra rapidez na liberação de recursos para empresas
Autor: Aliski, Ayr
Fonte: Gazeta Mercantil, 20/04/2009, Brasil, p. A6

Brasília, 20 de Abril de 2009 - O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva pediu mais celeridade na concessão de crédito. Na sexta-feira Lula promoveu na uma reunião com os ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes, do Planejamento, Paulo Bernardo, e dirigentes dos bancos federais. A ordem de foi uma só: fazer com que os recursos da linha de R$ 10 bilhões para ajudar a agroindústria anunciada na última quinta-feira cheguem rapidamente às empresas. Segundo Stephanes, Lula não quer mais reuniões e sim que o dinheiro seja emprestado. A última situação de repasse de crédito, com a liberação de R$ 1 bilhão para cooperativas, foi marcada por uma série de entraves, com os empréstimos sendo concedidos 90 dias depois de anunciado o programa.

O ministro do Planejamento declarou, ao final da reunião com Lula, que reclamações sobre a demora no repasse de crédito agrícola têm chegado até o gabinete do Presidente. "Mas não há com o que se preocupar, porque agora os bancos vão começar a operar", assegurou Paulo Bernardo. O ministro Stephanes fez uma analogia para explicar a situação atual. O ministro da agricultura afirmou que "o navio está no mar, afundando, e que é preciso agir rápido para evitar que isso aconteça". E ainda completou dizendo que "teremos de ser um pouco menos ortodoxos e mais agressivos para irrigar a agroindústria nacional".

Na prática, fazer esse novo crédito girar ainda depende de algumas decisões dos bancos e da equipe econômica. "Técnicos estarão reunidos até esta segunda-feira para elaborarem uma proposta sobre como fazer que entre 30 e 60 dias os recursos estejam nas mãos de quem precisa do crédito", disse Stephanes. Participaram também da reunião o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Banco do Brasil (BB), Banco do Nordeste e Banco da Amazônia (Basa).

Recursos do BNDES

Segundo explicou o ministro da Agricultura, o dinheiro dessa nova linha será do BNDES, mas os recursos serão transferidos, sem custos para os demais agentes financeiros repassadores, ou seja, para o BB, Basa e Banco do Nordeste. Com isso, a taxa em termos reais fica em torno de 5% ou 6%. Os novos R$ 10 bilhões para a agricultura serão repassados por meio de uma nova linha para formação de capital de giro para agroindústrias, indústrias de máquinas e equipamentos agrícolas e cooperativas agropecuárias, com taxa final de 11,25% ao ano. Isso representa crédito barato para grandes indústrias e até mesmo para os frigoríficos que estão enfrentando dificuldades de caixa, incluindo até mesmo as empresas que estão em recuperação judicial.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 6)(Ayr Aliski)