Título: Itagiba repudia ideia de prisão de Protógenes
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 26/03/2009, Brasil, p. A11

Brasília, 26 de Março de 2009 - O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas Clandestinas da Câmara, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), repudiou ontem as insinuações de que a comissão estaria se preparando para prender o delegado Protógenes Queiroz, que vai depor no Congresso Nacional no dia primeiro (quarta-feira da próxima semana).

"As insinuações de que esta CPI estaria pronta para realizar a prisão do delegado Protógenes são mentirosas. Essa CPI não cogitou dessa posição", garantiu o presidente do colegiado.

Marcelo Itagiba rebateu as insinuações de que a CPI esteja trabalhando contra as pessoas que combatem a corrupção. Segundo ele, a comissão investiga interceptações ilegais de telefones e "a comissão não está perseguindo quem está combatendo a corrupção. Os pedidos de indiciamento dos delegados Paulo Lacerda e Protógenes Queiroz, assim como de Milton Campana, se devem ao fato de eles terem faltado com a verdade a essa CPI", disse o deputado federal.

Factóide

De acordo com Itagiba, nota publica pelo jornal O Globo, na semana passada, dizia que o delegado Protógenes Queiroz estaria com medo de ser preso pela CPI. O presidente da CPI disse que hoje o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) o procurou com a mesma preocupação constante da nota do jornal. "Não aceito factóide, mentira de quem quer que seja, assim como não aceito pressão de qualquer senador", disse o presidente da CPI.Itagiba informou que a CPI não tem intenção de prender ninguém, mas de investigar os fatos e apurar a verdade e que quem for considerado culpado deverá ser indiciado para que a Justiça decida as punições nos julgamentos. "Queremos que os corruptos sejam presos de forma legal", disse.

Todos os parlamentares da CPI apoiaram o posicionamento do presidente. O deputado Raul Jungmann (PPS-PE), por sua vez, afirmou que "não existe qualquer tipo de interesse em eventuais insinuações de prisão de quem quer que seja".

Insinuações

O relator da CPI, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), afirmou que as insinuações de que a comissão estaria representando alguma ameaça ao delegado Protógenes Queiroz não fazem nenhum sentido. "O delegado Protógenes será tratado no dia primeiro [quando prestará depoimento] nesta CPI com o mesmo respeito com que foi tratado quando prestou anteriormente depoimento à comissão".

Pellegrino também criticou a atitude do juiz Fausto De Sanctis de se negar a compartilhar com a CPI dados do processo da Operação Satiagraha, da Polícia Federal.

"A negativa do juiz de compartilhar os dados vai prejudicar o nosso relatório. Não vejo justificativa na negação do envio dos documentos à comissão. A atitude do juiz é equivocada e prejudicará os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito", disse o parlamentar, que apresentará o relatório apontando conclusões sobre o caso.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 11)(Agência Brasil)