Título: CNI projeta queda de 2,8% no PIB industrial
Autor: Severo,Rivadavia
Fonte: Gazeta Mercantil, 27/03/2009, Brasil, p. A5

Brasília, 27 de Março de 2009 - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reviu sua previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. De acordo com estudo da entidade, a geração de riqueza no País será zero e haverá uma queda de 2,8% no PIB industrial, setor que será o maior prejudicado pela crise financeira. A previsão anterior da instituição era de alta de 2,4% para o PIB e de 1,8% para o PIB da indústria.

Segundo os economistas da entidade, as novas estimativas devem-se à crise financeira internacional que se disseminou de forma rápida na economia brasileira e devem interromper um ciclo de crescimento que já durava nove anos. Os dados foram divulgados ontem no Informe Conjuntural, documento que traz as projeções da CNI para a economia no ano.

Segundo os técnicos da instituição, a queda de 3,6% do PIB no quarto trimestre de 2008 fez com que a economia entrasse neste ano em um ritmo muito abaixo do necessário para que haja crescimento positivo. Em outubro passado, o efeito carregamento era de 1,6% positivo, ou seja, se o País não acelerasse o ritmo de crescimento em 2009 ainda assim haveria alta de 1,6% sobre 2008. Mas a forte queda no quarto trimestre fez com que o efeito carregamento passasse a ser de 1,5% negativo. Isso quer dizer que a economia terá de crescer 1,5% ao longo dos quatro trimestres de 2009 para empatar com o patamar de 2008.

A CNI aponta que os reflexos da crise já são sentidos no mercado de trabalho. A previsão é e que a taxa de desemprego média neste ano ficará 1,2 ponto percentual acima da taxa média de 2008. Para a instituição, o desemprego neste ano alcançará os 9,1%, na média, ante 7,9% no ano passado. O pico do desemprego deverá ser entre abril e maio, chegando próximo dos 10% e baixando mais para o final do ano, chegando a cerca de 7,7%.

Com desemprego em alta, a massa salarial deverá diminuir, fazendo com que o consumo das famílias passe a ser negativo. A CNI estima que a variação anual do consumo das famílias será de 0,9% negativo, ante crescimento de 5,4% em 2008 sobre 2007. A previsão anterior da CNI era de crescimento de 3% para esse item que tem sido o motor do consumo interno no país.

Inflação sob controle

Para a instituição, a inflação ficará sob controle, dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A estimativa é de que o IPCA fechará o ano em 4,2%. A estimativa anterior era de 4,8%. A folga na inflação abre espaço para um corte de juros mais significativo, escrevem os técnicos da CNI. Eles acreditam que a taxa nominal de juros média no ano será de 10,2%, ante previsão anterior de 12,21%. Para o fim do ano, os técnicos preveem 9% de taxa de juros.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Rivadavia Severo)