Título: GM dá início às obras para ampliar unidade de Gravataí.
Autor: Caio Cigana
Fonte: Gazeta Mercantil, 22/09/2004, Gazeta do Brasil, p. B-13

Projeto prevê recursos de US$ 240 milhões; produção passará de 120 mil para 210 mil veículos por ano. Dezessete meses após o início das negociações entre a direção da General Motors do Brasil (GMB) e o governo gaúcho, será formalizado hoje à tarde, em Gravataí, o início das obras de ampliação da fábrica da montadora. A cerimônia terá a presença do presidente da GMB, Ray Young.

O projeto de quase duplicação da fábrica, que hoje monta o modelo popular Celta, prevê recursos na ordem de US$ 240 milhões. O investimento servirá para ampliar a capacidade instalada que passará de 120 mil para 210 mil veículos por ano e a construção de uma fábrica de CKDs. Além do Celta, a planta gaúcha da GM irá montar um novo veículo ainda em fase de desenvolvimento, que deverá estar rodando em 2007.

Exportações

A ampliação também fará a planta a um salto nas exportações, já que boa parte do novo modelo será destinada ao mercado externo, principalmente Ásia e América Latina. Hoje, cerca de 5% dos modelos Celta produzidos pela planta são destinados ao exterior. Segundo o vice-presidente da GMB, José Carlos Pinheiro Neto, as exportações deverão gerar entre 20% e 25% do faturamento da fábrica de Gravataí.

A produção do modelo popular Celta em Gravataí teve início em 2000, as primeiras experiências com o mercado externo ocorreram em 2001 e 2002, mas limitadas a algumas centenas de unidades para a Argentina e o Uruguai. Com o modelo de motor 1.4 houve maior aceitação no exterior, mas mesmo assim os embarques ainda são reduzidos.

Fábrica modelo

A fábrica de Gravataí é considerada uma das melhores da corporação no mundo em relação à produtividade e eficiência. A GM e seus 17 sistemistas geram 2,5 mil empregos diretos e, com a ampliação, deverão ser criados outros 1,5 mil postos de trabalho. O medo também é hoje o mais vendido pela internet no mundo.

Com o ganho de escala a partir da ampliação da GM, o Instituto Gaúcho de Estudos Automotivos (IGEA) acredita que será possível aumentar o número de fornecedores instalados no estado.

Conforme o IGEA, devido ao baixo volume comercializado até hoje para a montadora, muitos fabricantes de autopeças e sistemas preferiram aguardar a ampliação do parque automotivo gaúcho para fincar bandeira no Rio Grande do Sul, o que poderá contribuir para a chamada "gauchização" da cadeia.

A coordenadora de projetos do IGEA, Andressa Capelli, adianta que o instituto está fazendo um trabalho para qualificar um maior números de empresas locais para que possam estar aptas a tornaram-se fornecedoras da GM.

Como o Rio Grande do Sul é um tradicional fabricante de veículos pesados e agrícolas - com montadoras como AGCO, John Deere, Agrale, Randon, Marcopolo e International - apenas 22% das cerca de 600 empresas da cadeia automotiva gaúcha são produzem de algum tipo de item para a linha leve.

Quando GM e o governo gaúcho assinaram no início do ano o termo de compromisso para a ampliação da fábrica, um dos itens que o estado conseguiu inserir no documento era o compromisso da montadora de reforçar a sua inserção na economia gaúcha, direcionando a sua política de aquisição de insumos para empresas do Rio Grande do Sul.

Na oportunidade, a GM adiantou que já gastou mais de R$ 3 bilhões em produtos e materiais de empresas locais. O número de fornecedores gaúchos, acrescentou a direção, passou de 69 para 462.

A primeira exportação do Celta ocorreu em 2001, quando a General Motors embarcou 80 unidades do modelo Celta 1.0 para países da América Central. Para a Argentina e Uruguai, as exportações, em volumes pequenos, ocorreram a partir de 2002.

As exportações do Celta consolidaram-se, na verdade, a partir de 2003, com 1.930 unidades para países da América Central e Caribe (maior volume de 1.0), 170 unidades para Paraguai e Uruguai, e 1.220 unidades para a Argentina, onde o modelo Celta 1.0 é comercializado com o nome de Suzuki Fun.

A partir de agosto de 2003 começaram as exportações do Celta 1.4 para países da América Central. Na Argentina, o modelo está para ser lançado. As exportações do Celta, hoje, não chegam a 5% da produção e ocorrem para países da América Central, Caribe e Mercosul.

kicker: Além do Celta, planta gaúcha montará carro em elaboração