Título: Brasil enviará mais energia à Argentina
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Fonte: Gazeta Mercantil, 31/03/2009, InfraEstrutura, p. C4

São Paulo, 31 de Março de 2009 - O Brasil poderá enviar até 2.100 megawatts médios (MWm) de energia para a Argentina neste inverno, ante volume de 1.500 MWm registrados no ano passado, segundo acordo fechado ontem entre os dois países em Brasília.

O acordo foi assinado pelo ministro argentino Julio De Vido (Planejamento, Investimento Público e Serviços) e pelo brasileiro Edison Lobão (Minas e Energia).

O Brasil mantém desde 2005 um acordo com o país vizinho pelo qual o governo brasileiro manda energia para a Argentina durante o inverno, período de maior consumo no local, e recebe parte da energia de volta mais para o fim do ano.

Reservatórios cheios

No ano passado, o limite para o envio era de 1.650 MW, que foi ampliado neste ano devido à boa situação de geração no Brasil, já que os reservatórios das hidrelétricas possuem bom nível e a oferta de gás para as térmicas também se elevou. Além disso, houve queda no consumo de energia e de gás natural no Brasil, devido à crise econômica.Parte da energia a ser enviada será de fonte hídrica e parte produzida por termelétricas, informou o Ministério de Minas e Energia. A proporção será definida no dia 13 de abril, em reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, do governo brasileiro.

Na parcela hídrica, o Brasil se compromete a enviar entre maio e agosto, e a Argentina precisa devolver entre setembro e novembro. Já a parcela de energia térmica poderá ser enviada de abril a dezembro, sem devolução. Esse volume será vendido à Argentina, por valores próximos aos de mercado.

Potencial do rio Uruguai

Os dois países também assinaram, no encontro de ontem, declaração reafirmando o interesse de aproveitamento conjunto do potencial hidrelétrico do rio Uruguai. As estatais Eletrobrás e Ebisa assinaram termo para avaliar a viabilidade de projetos na região. A construção de pelo menos um complexo hidrelétrico já está praticamente definida, projeto batizado de Garabi. Outros poderão surgir, informou o ministério.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 4)(Reuters)