Título: Emprego na indústria recua pelo quinto mês consecutivo
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 13/04/2009, Brasil, p. A7
13 de Abril de 2009 - O emprego na indústria caiu 1,3% em fevereiro, na comparação com janeiro, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta é a quinta redução consecutiva na comparação com o mês imediatamente anterior, já descontados os efeitos sazonais. Em relação a fevereiro de 2008, houve queda de 4,2%, a maior desde o início da série histórica, em 2001. O quadro de emprego industrial acumula retração de 3,4% nos primeiro dois meses deste ano.
Treze das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE e treze dos 18 setores reduziram o contingente de trabalhadores em relação a fevereiro de 2008. São Paulo (-3,6%), Minas Gerais (-5,5%) e região Norte e Centro-Oeste (-6,7%) exerceram as pressões negativas mais significativas no total do país.
Na indústria paulista, a maioria dos segmentos (13) teve resultado negativo, com destaque para as contribuições de produtos de metal (-8,2%), borracha e plástico (-9,1%), de máquinas e equipamentos (-5,7%) e meios de transporte (-5,4%). Este último, com queda de 12,3%, tem o principal impacto negativo em Minas Gerais, enquanto na região Norte e Centro-Oeste, destacam-se os recuos em madeira (-23,1%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-14,6%). Por outro lado, somente Pernambuco (0,8%) aumentou o emprego, nesta base de comparação.
Segundo o IBGE, vale ressaltar que desde setembro, quando houve o agravamento da crise financeira mundial, as fábricas que mais contribuíram para a aceleração da queda foram: máquinas e equipamentos (de 9,9% para -4,1%), meios de transporte (de 8,2% para -4,7%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (de 10,0% para -2,9%). São exatamente esses setores nos quais a redução no ritmo produtivo foi mais aguda nesse período.
Folha de pagamentosO número de horas pagas aos trabalhadores da indústria recuou 0,4% em fevereiro se comparado com janeiro (sem ajuste sazonal), segundo o IBGE. É a quinta taxa negativa consecutiva nessa comparação, acumulando perda de 5,7% desde outubro do ano passado. O indicador de média móvel trimestral assinalou recuo de 1,3% em fevereiro, redução menos acentuada que a de janeiro (-1,7%).
Em relação a fevereiro de 2008, o número de horas pagas caiu 5,7%, menor taxa da série histórica iniciada em 2001. No primeiro bimestre do ano, a queda de 4,7% ficou bem abaixo do resultado do quarto trimestre de 2008 (-0,2%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior. O indicador acumulado nos últimos doze meses, em trajetória descendente desde setembro (2,7%), atingiu em fevereiro 0,6%, a menor taxa desde março de 2007 (0,6%).
"Os indicadores negativos do emprego e do número de horas pagas em fevereiro foram diretamente influenciados por fatores relacionados à redução generalizada na atividade fabril, que vem afetando especialmente os ramos produtores de bens de consumo duráveis, intermediários e bens de capital", destaca o Instituto.
Apesar disso, o valor da folha de pagamento real da indústria, excluindo os efeitos sazonais, voltou a crescer (1,9%) em relação ao mês imediatamente anterior, após quatros resultados negativos consecutivos, período em que registrou perda acumulada de 4,9%. O índice de média móvel trimestral ficou praticamente estável (-0,1%) entre janeiro e fevereiro, após mostrar quedas mais acentuadas nos dois últimos meses: dezembro (-1,1%) e janeiro (-1,5%).
No acumulado do primeiro bimestre, o aumento de 1,2% no valor real de pagamento da folha ficou abaixo do índice verificado para o aumento real auferido no quarto trimestre do ano passado (4,3%). No indicador acumulado nos últimos doze meses (5,3%), prosseguiu em trajetória descendente desde setembro passado (6,7%).
Ver mais nas páginas B9 e B10
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 7)(Vanessa Stecanella/ InvestNews)