Título: Lula quer incentivar mais as vendas
Autor: Costa,Déborah
Fonte: Gazeta Mercantil, 14/04/2009, Transportes, p. C2

Brasília e São Paulo, 14 de Abril de 2009 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo precisa facilitar a venda de automóveis no Brasil para combater os efeitos da crise financeira global. Para ele, os incentivos do governo à indústria automotiva, à construção civil e ao setor de infraestrutura fortalecerão o mercado interno, compensando assim a queda da demanda externa por produtos brasileiros.

"O que nós queremos é fortalecer o nosso mercado interno, porque aqui no Brasil, diferentemente dos Estados Unidos ou diferentemente da Europa, a maioria do povo não tem carro. Portanto, nós precisamos facilitar a venda de carros porque tem muita gente precisando de carro", disse Lula em seu programa semanal de rádio, "Café com o Presidente".

Novas medidas

Lula lembrou que o Executivo já reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incide sobre a venda de carros e tentou elevar a oferta de crédito no setor, mas sinalizou que poderá apoiar o segmento novamente se for preciso. "Nós tomamos as medidas necessárias e certamente iremos tomar outras medidas, se for necessário", concluiu.

Na semana passada, a associação de montadoras Anfavea divulgou previsão de queda este ano de produção e venda de veículos novos no Brasil em 11,2% e 3,9%, respectivamente.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, contrariando as perceptivas da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), afirmou em São Paulo, que a estimativa para a indústria automotiva brasileira em 2009 é positiva e melhor do que a prevista anteriormente. "Se os números deste ano, de produção e venda, ficarem iguais aos do ano passado, 2009 será positivo", disse o ministro.

No ano passado foram comercializados 2,67 milhões de unidades (veículos leves), com expansão de 14% sobre o ano anterior. No mesmo sentido, em 2008 foram 2,84 unidades produzidas, contra 2,65 milhões de unidades fabricadas em 2007. "O mercado brasileiro tem um potencial muito grande, se comparado com outros países, exceto China e Índia. Nossa demanda vai continuar crescendo este ano", enfatizou Miguel Jorge.

Os motivos para este otimismo em relação ao segmento automotivo é, segundo o ministro, a estabilidade no emprego - frente a outros países, em que as montadoras demitiram em massa - o aumento no rendimento das pessoas, além da desconcentração de renda.

Para Miguel Jorge, a importância deste setor na economia é óbvia, uma vez que em 2007, a participação das montadoras e autopeças no Produto Interno Bruto (PIB) foi de 5,4% e no PIB industrial de 22,1%.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 2)(Reuters e Déborah Costa)