Título: Brasil busca equilíbrio comercial com a China
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Fonte: Gazeta Mercantil, 23/04/2009, Brasil, p. A5

Brasília, 23 de Abril de 2009 - Representantes dos governos brasileiro e chinês discutem, até a próxima sexta-feira (24), em Pequim, fórmulas para harmonizar o comércio bilateral, que tem sido amplamente favorável aos exportadores chineses nos dois últimos anos. Depois de registrar superávits de 2001 a 2006, o Brasil contabilizou déficits comerciais de US$ 1,87 bilhões em 2007 e de US$ 3,63 bilhões em 2008, o que representa um salto de 94%.

Esse desequilíbrio comercial motivou a realização da 1 Reunião da Subcomissão Econômica e Comercial da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação, que discute as variáveis do intercâmbio Brasil-China, inclusive a possibilidade de investimentos do Banco da China em território brasileiro. A delegação nacional que está na capital chinesa é chefiada pelo secretário de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral.

O Banco da China vai abrir, em São Paulo, sua primeira agência na América do Sul. Há informações de que a China está preparando linhas de financiamento acima de US$ 11 bilhões para o Brasil. Estudo do banco alemão Deutsche Bank aponta que existe hoje uma segunda onda de investimentos da China no exterior, em meio à crise global, desta vez acionada por bancos e seguradoras chinesas que pretendem ter uma ação globalizada. O estudo também mostra que o Brasil está no radar dos chineses.

No fluxo comercial, mais de 90% das exportações brasileiras são de produtos de baixo valor agregado. Dados do ministério indicam expansão de 52,6% das vendas nacionais para a China em 2008, em relação a 2007. Os principais produtos que saíram do Brasil para o país foram soja, minério de ferro, petróleo e derivados, que representam 73% da pauta exportadora para a China.

Segundo maior comprador de produtos brasileiros no primeiro trimestre deste ano, atrás apenas dos Estados Unidos, os chineses viram a balança comercial bilateral virar mais uma vez a favor do Brasil, o que já ameaça o superávit comercial chinês sobre o Brasil. Eles compraram, no período, o equivalente a US$ 3,4 bilhões, com crescimento de 62,7% em relação aos US$ 2,1 bilhões de exportações brasileiras.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Agência Brasil)