Título: SC quer acelerar ritmo de liberação de recursos do PAC
Autor: Wilke,Juliana
Fonte: Gazeta Mercantil, 27/04/2009, Brasil, p. A6
Florianópolis, 27 de Abril de 2009 - O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Alcântaro Corrêa, criticou a morosidade da liberação de verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e comparou-o a "uma obra de ficção". Corrêa disse que de R$ 1,9 bilhão previsto pelo (PAC) em investimentos na infraestrutura de transpor-te no estado no período de 2007 a 2009, somente 35,4% ou R$ 693 milhões foram aplicados até agora. Segundo ele, entre 2007 e 2010 foram prometidos R$ 2,7 bilhões e em 2008 foram acrescidos mais R$ 2,3 bilhões, totalizando R$ 5 bilhões.
Os recursos seriam aplicados na duplicação do trecho Sul da BR-101, no aeroporto de Florianópolis, na Ferrovia Litorânea e na Ferrovia do Frango, na dragagem dos portos e nas BRs 470, 282 e 280, e projetos fundamentais de contornos ferroviários e de acessos aos portos. Corrêa mostrou que do valor anunciado para a BR-101 de R$ 1,1 bilhão entre 2007 e 2009, apenas R$ 350 milhões foram pagos, ou 31,75%. "Se a promessa do governo federal fosse cumprida, Santa Catarina deveria receber, em média, R$ 1,2 bilhão por ano nos três anos. A média anual, no entanto, tem sido de R$ 231 milhões, resultando num déficit de R$ 1 bilhão/ano", afirmou. Os dados do levantamento da Fiesc têm como fonte a Comissão Mista do Orçamento da União com valores atualizados até o dia 20 de abril.
Investimento em transporte
O levantamento mostra também que pela execução do OGU para infraestrutura de transporte em Santa Catarina seriam investidos R$ 2,9 bilhões entre 2004 e 2008. Mas efetivamente foram aplicados R$ 1,5 bilhão, 51,2% do previsto. "São milhares de desculpas para explicar a morosidade das verbas. Uma hora a culpa é das empreiteiras, outra hora falta aço ou cimento. Depois é porque choveu muito". Corrêa disse que no fundo o PAC é uma agenda de propaganda de sonhos. "Estamos vendendo ilusões e deveríamos filmar as autoridades quando elas anunciam os recursos e mais tarde trazê-las para prestar contas", ressaltou.
Orçamento de 2009
Segundo o presidente, há projetos e recursos e o setor industrial merece uma explicação, já que produz e contribui com o governo através do pagamento de impostos. "Para se ter uma idéia, estamos praticamente em maio e foram executados somente R$ 3,6 mil do orçamento de 2009, ou seja, sequer mexemos nos recursos programados para este ano", disse Corrêa.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 6)(Juliana Wilke)