Título: Ibovespa fecha 7ª- semana em alta
Autor: Correia,Vanessa
Fonte: Gazeta Mercantil, 27/04/2009, Finanças, p. B3

São Paulo, 27 de Abril de 2009 - Parece que o mercado de capitais brasileiro está se recuperando do enorme tombo que tomou com o agravamento da crise financeira mundial em setembro do ano passado, quando o fundo do poço foi a marca de 29 mil pontos. A valorização registrada na sexta-feira, de 2,12%, marcou a sétima semana consecutiva de alta da BM&F Bovespa, levando o Ibovespa,, principal índice acionário da instituição, a um avanço acumulado de 24,55% no ano. O nível do último pregão atingiu 46.771 pontos, o mais elevado em seis meses. O giro financeiro registrou R$ 4,2 bilhões.

Mas, ao mesmo tempo que mantém a tendência de forma consistente, analistas começam a demonstrar preocupação quanto ao curto prazo. "A bolsa brasileira está muito esticada, considerando que projetamos o Ibovespa entre 51 mil pontos e 52 mil pontos ao final de 2009", disse um operador de mercado da corretora Gradual.

Os principais índices acionários mundiais ampliaram o movimento na sexta-feira após o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) divulgar a metodologia do teste de estresse aplicado nos 19 maiores bancos do país. Embora os resultados completos saiam no próximo dia 4, a conclusão da entidade monetária é de que a maioria dos grandes bancos tem um nível de recursos próprios "bem superior" às exigências regulamentares. Mesmo assim, as autoridades consideram "prudente" que eles mantenham capitais excedentes durante dois anos para evitar o pior.Os reguladores norte-americanos estudaram a capacidade de os bancos enfrentarem uma queda de 3,3% da atividade econômica nos EUA. O teste também leva em consideração o risco de "contrapartida", ou seja, a probabilidade enfrentada pelo banco da quebra de um parceiro de negócios. "Na minha opinião, a metodologia é falha e abre espaço para problemas futuros", disse o analista. De acordo com ele, um dos principais pontos é que a verificação da capacidade da instituição financeira de enfrentar problemas não deve ser feita por uma autoridade.

Ainda no plano externo, os investidores reagiam de forma positiva ao balanço da Ford e às vendas de imóveis novos nos EUA. A montadora norte-americana anunciou perda líquida de US$ 1,4 bilhão no primeiro trimestre do ano. O resultado representa prejuízo de US$ 0,60 por ação, número menor que o US$ 1,24 esperado pelo mercado. Na esfera macroeconômica, as vendas de casas novas recuaram 0,6% em março de 2009, quando comparado com o mês anterior - 30,6% de baixa em comparação com março de 2008. Os dados vieram melhores do que o esperado: -0,9%.

No Brasil, o melhor desempenho no pregão de sexta-feira ficou com as altas de Rossi Residencial (+15,66%), Sadia (+13,85%) e VCP (11,98%). Cemig, CCR Rodovias e Eletrobras ON registraram as piores baixas: -3,40%, -1,48% e

-1,97%, respectivamente.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Vanessa Correia/InvestNews)