Título: Governo explica operação da PF
Autor: Quadros,Vasconcelo
Fonte: Gazeta Mercantil, 28/04/2009, Brasil, p. A9

Brasília, 28 de Abril de 2009 - Amparados por uma decisão do juiz federal Fausto De Sanctis, de São Paulo, o ministro da Justiça, Tarso Genro, e o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, comparecem hoje à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, mas não revelarão nenhuma informação sobre a Operação Castelo de Areia que esteja resguardada pelo segredo de justiça. Os dois foram convidados para explicar se há ilegalidade na lista de doações a parlamentares e partidos políticos na eleição de 2006 pela Construtora Corrêa, cujos dirigentes - presos e depois colocados em liberdade no mês passado - são investigados pela suspeita de remessa ilegal de dinheiro para o exterior.

O comparecimento de Genro e Corrêa se dará em atendimento a um convite formulado pelo senador Aloísio Mercadante (PT-SP), que se antecipou a uma possível convocação desde que surgiram suspeitas de que a Polícia Federal e a Justiça Federal divulgaram os nomes de partidos e parlamentares da oposição que receberam doações da empreiteira, mas protegeram o PT e políticos ligados ao governo. "É preciso esclarecer se há alguma ilegalidade nas doações e se há atuação política na PF na operação", disse ontem o presidente da CCJ, Demóstenes Torres. Segundo ele, a audiência não tem o propósito de estabelecer um confronto entre oposição e governo, mas de esclarecer as duvidas.

Genro deverá explicar que em nenhum outro momento da história a PF teve tanta liberdade para investigar e dirá que a orientação do governo Lula é evitar que as investigações tenham qualquer conotação política, independentemente dos alvos das operações.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 9)(Vasconcelo Quadros)