Título: Sete perguntas para - Wellington Luiz (PSC) - Corregedor da Câmara Legislativa
Autor: Medeiros, Luísa
Fonte: Correio Braziliense, 26/03/2011, Cidades, p. 31

Em quase três meses de legislatura, três distritais já são alvo de representações por quebra de decoro, mas nenhuma delas chegou às suas mãos. A Mesa Diretora está demorando para enviar os pedidos de investigação? Fica difícil fazer essa análise com relação ao tempo. Não sei qual é o grau de complexidade de cada processo. A Mesa está tratando de cada um deles. Quando as representações chegarem, vou tentar dar a celeridade necessária, para não criar especulações. Enquanto isso, fico de mãos atadas.

É muito processo para um início de legislatura? Muito. Confesso que não esperava tanto.

A Mesa Diretora não quer dar andamento aos processos? Ninguém tiraria o pescoço do outro da guilhotina para colocar o próprio. Se o processo chegar à Mesa e tiver condições de ser mandado à Corregedoria, todos os parlamentares vão mandar. Temos que reconhecer que tivemos dias tumultuados na Câmara e isso pode ter protelado o andamento dos processos.

O senhor considera correto a Mesa Diretora primeiro pedir informações à Justiça, ao Ministério Público ou à Polícia Civil para, então, enviar as representações à Corregedoria? Sim. Se os órgãos têm condições de fornecer elementos para subsidiar a Mesa, acho importante. Eu vou buscar todas as informações para poder fazer um parecer consistente, que seja para condenar ou absolver o deputado, mas vou fazer dentro do aspecto legal.

Pelas denúncias divulgadascontra Benedito Domingos, Celina Leão e Chico Vigilante, dá para dizer se o caso deles é grave? Não poderia responder tranquilamente isso. Não quero me antecipar para não criar suspeição. Vou fazer a coisa mais correta possível.

O senhor é policial civil há 21 anos, deve estar acostumado a investigar crimes. Como atuará quando tiver que investigar seus colegas? São duas coisas distintas. Tem investigação policial que consegue fechar em uma semana, outras que levam dois anos para se concluir. Às vezes, tinha convicção absoluta da participação do criminoso, mas não tinha como prendê-lo por falta de provas. O tempo do policial é diferente do tempo da sociedade.

Celina Leão é do mesmo bloco partidário do senhor. É uma saia justa, talvez, ter que investigá-la no futuro? No campo pessoal, vai ser uma saia justa, no profissional, não. No papel de corregedor, tenho que ser profissional.