Título: Economia da AL pode estar livre de ser afetada
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Fonte: Gazeta Mercantil, 04/05/2009, Gripe Suína, p. A11

MÉXICO, 4 de Maio de 2009 - A epidemia de gripe suína terá pouco ou nenhum impacto sobre as economias da América Latina por seu pequeno número de casos registrados e por não terem sido tomadas medidas tão drásticas como as do México. A afirmação foi divulgada no últimpo sábado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

"Embora seja muito provável que aumente o número de casos na América Latina, os países estão em alerta e isso permite prever que não haverá um impacto muito significativo. As medidas que foram tomadas estão longe das que foram adotadas pelo México", disse Jorge Máttar, diretor no México da Cepal.

"Para o México, baseio-me nas estimativas do Ministério da Fazenda (uma queda de entre 0,3% e 0,5% do Produto Interno Bruto - PIB - devido à epidemia) e para o restante dos países não me parece que nem um sequer possa sentir um efeito forte", considerou o especialista.

Com os dados atuais, Máttar acredita que a situação não piorará substancialmente, embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) indique que a pandemia "é iminente".

Máttar acredita que o perigo para a América Latina esteja no fato de o continente não possuir uma ampla cobertura de saúde. Também há pessoas em áreas rurais que carecem de recursos e de informações para se protegerem do vírus.

"Vai ser muito importante que possam chegar a elas, sobretudo nos países que têm altos índices de pobreza", frisou o diretor da Cepal no México. Porque, mais que uma possível emergência sanitária futura, o que preocupa Máttar é a crise econômica que já atingiu em cheio a região e que gerará uma "forte desaceleração" após o período de auge entre 2003 e 2007.

A Cepal prevê para 2009 "uma queda do PIB total e do PIB per capita na América Latina. No momento, temos uma cifra preliminar de 0,3%" de retrocesso da economia regional, calculou.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 11)(AFP e Reuters)