Título: Balança registra o melhor resultado desde maio de 2008
Autor: Monteiro,Viviane
Fonte: Gazeta Mercantil, 05/05/2009, Brasil, p. A7
Brasília, 5 de Maio de 2009 - A balança comercial brasileira registrou um superávit robusto em abril atingindo US$ 3,7 bilhões. O melhor resultado desde maio do ano passado foi influenciado pela queda das importações superior ao das exportações. A cifra praticamente dobrou em relação ao US$ 1,772 bilhão apurado no mês anterior e US$ 1,737 bilhão obtido em igual mês do ano passado, segundo os dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O saldo comercial de abril superou as expectativas de alguns especialistas de mercado que previam um resultado próximo de US$ 3 bilhões. No mês, os embarques somaram US$ 12,322 bilhões, o melhor resultado mensal deste ano. O número representa queda de 12,34% sobre os valores apurados em igual mês do ano passado (US$ 14,058 bilhões), e alta de 4,34% na comparação com março (US$ 11,809 bilhões).
Para o secretário de comércio exterior do ministério, Welber Barral, o resultado já demonstra uma retomada na comparação com o início deste ano. No caso da média diária dos embarques que somaram US$ 669,4 milhões - a melhor deste ano - houve queda de 8% sobre abril do ano anterior e aumento de 14,8% se comparar com a média apurada em março.
Enquanto isso, as importações atingiram US$ 8,610 bilhões em abril. É o segundo pior resultado deste ano, atrás do de fevereiro (US$ 7,821 bilhões). A cifra caiu 30,1% em relação aos US$ 12,321 bilhões apurados em abril do ano anterior e 14,21% na comparação com os US$ 10,037 bilhões obtidos em março deste ano.
Na média diária, ao contrário das vendas externas, as compras internacionais somaram US$ 430,5 milhões em abril ¿ a pior média diária mensal do ano - uma redução de 26,6% sobre abril do ano passado e recuo 5,6% em relação ao mês anterior.
Barral atribuiu a retomada às vendas de alguns produtos de maior valor agregado para países como Argentina, Alemanha, México e Canadá, em abril. "Há uma estabilidade da demanda (mundial). Não há crescimento, até porque saímos de uma queda muito grande (após agravamento da crise)", disse, ao destacar a falta de liquidez de crédito no mercado.
Barral lembrou da greve dos auditores fiscais da Receita Federal entre março e abril de 2008, o que causou uma distorção nos dados da balança comercial de abril e maio sobre aquele período. "Até maio será melhor comparar os resultados acumulados no ano", disse o secretário.
Diante dos resultados do comércio exterior de abril, o superávit comercial atingiu US$ 6,7 bilhões, no primeiro quadrimestre deste ano. É um aumento de 49,44% sobre o saldo de US$ 4,498 bilhões apurados em igual quadrimestre de 2008. Apesar do saldo mais significativo, as exportações somaram US$ 43,499 bilhões, um recuo de 17,53% sobre os US$ 52,748 bilhões verificadas entre janeiro e abril do ano passado. Na mesma tendência de queda, as importações somaram US$ 36,777 bilhões, uma retração de 23,77% se comparar com os US$ 48,250 bilhões apuradas em igual etapa do ano anterior, o que mostra os reflexos da crise mundial que derrubou a demanda. Repercutindo esses reflexos, a corrente de comércio no acumulado do ano caiu 20,5% para US$ 80,276 bilhões, ao passo que em igual etapa do ano passado a cifra foi de US$ 100,998 bilhões.
Barral demonstrou otimismo em relação à retomada das exportações brasileiras. Ele disse que a previsão do ministério para as exportações para este ano permanecem inalteradas em US$ 160 bilhões. Porém, sinalizou que a meta deverá ser superior a isso.
Nos últimos 12 meses, até abril, a corrente de comércio demonstra alta. As exportações no período são de US$ 188,6 bilhões, acima dos US$ 166,9 bilhões em igual período do ano anterior. As importações somam US$ 161,6 bilhões, ante US$ 135, 3 bilhões. Porém, o saldo comercial está em US$ 27 bilhões, abaixo dos US$ 31,6 bilhões, na mesma comparação.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 7)(Viviane Monteiro)