Título: Suzano reajusta preços da celulose para Ásia e Europa
Autor: Rueda,Micheli
Fonte: Gazeta Mercantil, 05/05/2009, Indústria, p. C6

São Paulo, 5 de Maio de 2009 - A Suzano Papel e Celulose informou que está reajustando o preço da celulose em US$ 20 por tonelada na Europa e na Ásia. Com o reajuste, o preço passou para US$ 500 por tonelada na Europa e US$ 420 por tonelada na Ásia. De acordo com André Dorf, diretor de relações com investidores, este é o primeiro aumento realizado pela companhia em 2009. O executivo destacou que ainda é cedo para prever novos reajustes de preços neste ano.

Ao divulgar o resultado do primeiro trimestre deste ano a Suzano considerou boa a performance no período, dado o cenário macroeconômico. Para a companhia, o trimestre foi marcado por sinais de recuperação em determinados mercados. Além disso, a Suzano continua a apresentar um perfil adequado da dívida - cerca de três anos e meio, custo competitivo e posição de caixa robusta (R$ 2,1 bilhões).

Dorf afirma não houve novas captações após o início da crise. Em 31 de março de 2009, a dívida bruta da companhia era de R$ 7.477,6 milhões comparada a R$ 7.635,2 milhões em 31 de dezembro de 2008.

A empresa registrou um lucro líquido de R$ 89,8 milhões entre janeiro e março deste ano, um recuo de 27,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando a Suzano teve um lucro líquido de R$ 124,3 milhões. No quarto trimestre do ano passado, entretanto, a companhia chegou a apresentar um prejuízo de R$ 495 milhões.

Ao todo, foram produzidas 647 mil toneladas de papel e celulose de mercado no período, o que corresponde a um crescimento de 2,1% em relação ao primeiro trimestre de 2008. A Suzano apresentou ainda um volume recorde de vendas de 654 mil toneladas no trimestre.

As vendas de celulose totalizaram 421 mil toneladas nos três primeiros meses do ano, um aumento de 21% em relação ao primeiro trimestre de 2008. A receita líquida das vendas de celulose totalizaram R$ 397 milhões, recuo de 2,6% em comparação ao primeiro trimestre de 2008. "O volume mais do que compensou a queda do preço da celulose no primeiro trimestre", disse Dorf. Entretanto, o diretor de relações com investidores ressalta que os preços também demonstram recuperação, não somente a demanda e o volume. A configuração dos principais destinos das vendas de celulose permanece inalterada, mas com aumento da participação da Ásia, que passou de 37% no quarto trimestre para 48% no primeiro trimestre deste ano. No segundo lugar encontra-se a Europa (31%), seguida pela América do Norte (8%).

Por sua vez, as vendas de papel totalizaram 233 mil toneladas no primeiro trimestre de 2009, o que representa queda de 14% em relação ao mesmo período do ano anterior. De acordo com Dorf, o recuo é justificado pelo período sazonalmente mais fraco. A receita líquida das vendas de papel somou R$ 546 milhões, mantendo-se praticamente estável quando comparada ao primeiro trimestre de 2008. Os principais destinos da exportação de papel são a América do Sul e Central, com 30% de participação, seguida pela Europa (28%) e América do Norte (25%).

Segundo Dorf, o mês de abril seguiu a tendência de recuperação que ocorreu em março. "O mercado está muito instável ainda, não tem como saber se esse comportamento continuará." Ele destaca ainda que a recuperação não é observada na Europa e América do Norte, somente na Ásia e no Brasil.

No primeiro trimestre de 2009, o fechamento de capacidade somou 2,7 milhões de toneladas de celulose. Para o próximo trimestre, analistas apontam um fechamento de capacidade adicional de até 2,5 milhões de toneladas celulose.

A Suzano investiu R$ 74 milhões no trimestre, 15,9% direcionados aos projetos de crescimento. De acordo com Dorf, os investimentos na parte florestal das unidades do Maranhão e do Piauí estão mantidos e o início das atividades é previsto para 2013 e 2014.

Segundo Antonio Maciel Neto, presidente da Suzano, 220 mil árvores são plantadas todo dia. Para 2009, a companhia planeja investir R$ 350 milhões em manutenção e US$ 100 milhões nas unidades do Maranhão e do Piauí.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 6)(Micheli Rueda/InvestNews)