Título: Superavit cai 81% em fevereiro
Autor: Hessel, Rosana
Fonte: Correio Braziliense, 30/03/2011, Economia, p. 9

Economia do governo para o pagamento de juros da dívida somou apenas R$ 2,6 bilhões ante os R$ 14,3 bilhões de janeiro

As desconfianças do mercado financeiro em relação ao compromisso do governo de cumprir a meta de superavit primário de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) aumentaram ontem. A economia para o pagamento de juros da dívida feita pelo governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrou economia para o pagamento de juros da dívida de apenas R$ 2,6 bilhões, saldo 81,8% menor do que os R$ 14,3 bilhões de janeiro. Apesar da queda, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, considerou o resultado bom, já que, em fevereiro do ano passado, houve deficit. No acumulado do ano, o superavit saltou de R$ 4,2 bilhões para R$ 16,8 bilhões.

Na avaliação de Augustin, não há por que os analistas desconfiarem do governo, pois há uma clara tendência de melhora nas receitas com impostos para este ano, o que ajudará no cumprimento da meta cheia de superavit, correspondente a R$ 117 bilhões quando se considera todo o setor público (além da União, estados, municípios e estatais). ¿A meta de superavit para o primeiro quadrimestre, de R$ 22,9 bilhões, já está quase próxima de ser atingida. Portanto, estamos tranquilos¿, afirmou, ressaltando que a parcela que cabe ao governo central na economia global é de R$ 81 bilhões. ¿O fato de, em um mês específico, o valor do superavit ser um pouco maior ou menor não é relevante. O importante é a tendência no ano. E, com dois meses cumpridos, os dados são muito positivos¿, emendou.

Para o secretário, o corte de R$ 50 bilhões no Orçamento deste ano e a queda na concessão de subsídios dados pelo governo contribuíram para o resultado positivo nas contas públicas. Isso, a despeito de os gastos com custeio para a manutenção da máquina pública terem crescido 30,6% em fevereiro. Os investimentos também aumentaram (25,2%), somando R$ 6,8 bilhões no primeiro bimestre. ¿Estamos confiantes que o Brasil cumprirá a meta cheia do primário sem o abatimento de PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e de outros investimentos¿, destacou. Ou seja, o Tesouro não lançará mão de artifícios contábeis, como fez em 2010, para mostrar um saldo positivo maior do que foi na realidade. O mercado financeiro, porém, está mais cético do que nunca. Para especialistas, se o superavit do ano chegar a 2,5% já será uma vitória.

Restos a pagar O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, garantiu que não está nos planos do governo reduzir os investimentos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). ¿Não avaliamos que a redução do PAC seja provável neste ano. Pelo contrário, os desembolsos estão 52% maiores do que em 2010¿, disse. Foram gastos R$ 3,5 bilhões. No entanto, a maior parte desse montante é de restos a pagar. Quando se compara os R$ 519,4 milhões liberados em fevereiro deste ano com o mesmo período do ano passado, a queda foi de 82,38% e de 57% na comparação com o mês anterior.

Fique atento

Marinha Vagas: 365 (nível superior)

Salário: R$ 5.150

Inscrição: 18 de abril a 16 de maio para o corpo de saúde de 6 a 29 de abril para os demais quadros

Aeronáutica Vagas: 140 (nível superior)

Salário: R$ 4,3 mil

Inscrição: até 31 de maio