Título: Pequeno investidor será protegido
Autor: Monteiro,Viviane ; Severo,Rivadavia
Fonte: Gazeta Mercantil, 07/05/2009, Brasil, p. A5
7 de Maio de 2009 - O pequeno investidor da caderneta de poupança poderá ficar tranquilo quanto as mudanças que estão sendo elaboradas pelo governo, de acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo o ministro, as mudanças em estudo para alterar a remuneração da aplicação mais popular do País não trarão prejuízos à população. "Posso garantir a todos que têm dinheiro na poupança que o governo não tomará nenhuma medida que possa prejudicar qualquer pessoa. Podem ficar tranquilos que todos os rendimentos serão mantidos", declarou o ministro, rebatendo as críticas da oposição de que o governo Lula poderia repetir o confisco da poupança praticado por Fernando Collor de Mello em 1990.
"Não haverá nenhum problema, nenhuma ameaça para quem têm direito na poupança", assegurou. Segundo o ministro, a alteração na remuneração da caderneta de poupança não esteve na pauta de reunião de ministros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizada ontem. "Não foi tomada nenhuma decisão, quando se tomar alguma decisão não haverá nenhum prejuízo para quem tem dinheiro na poupança. Garanto que não haverá nenhum prejuízo", reiterou Mantega. O ministro da Fazenda evitou responder se a medida seria tomada antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para os dias 9 e 10 de junho.
O governo estuda mudar a remuneração da aplicação financeira mais popular do País para evitar uma migração dos investidores em renda fixa, por causa da trajetória de queda da taxa básica de juros. Por causa da redução da Selic, a caderneta de poupança tem se tornado uma das aplicações mais atrativas no mercado.
Para contornar o problema, o governo estuda várias alternativas. Uma delas seria acabar com a Taxa Referencial de Juros (TR) e remunerar a caderneta de poupança por um percentual da taxa Selic. Dessa forma, quanto menor for a Selic menor será a remuneração do poupador da caderneta, o que acabaria com o descasamento na remuneração da poupança em relação à Selic que está ocorrendo hoje.
Ontem a direção do PPS cobrou dos grandes partidos da oposição, PSDB e DEM, uma postura mais crítica ao governo na questão da caderneta de poupança. O PPS tem feito campanha acusando o governo de preparar um golpe contra os pequenos poupadores à exemplo do que foi feito no governo de Collor de Mello, em 1990, que confiscou a poupança. Na ocasião, o dinheiro retido ficaria por 18 meses no Banco Central rendendo juros de 6% ao ano. A medida serviria para enxugar a liquidez do mercado e reduzir a inflação.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Viviane Monteiro e Rivadavia Severo)