Título: Essa crise não é minha
Autor: Medeiros, Luísa
Fonte: Correio Braziliense, 30/03/2011, Cidades, p. 21

Apesar de investigada pelo Ministério Público, distrital tenta descolar sua imagem da ex-chefe e amiga Jaqueline Roriz

Ex-chefe de gabinete da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN), a hoje distrital Celina Leão (PMN) passou as últimas semanas de seu recente mandato parlamentar (iniciado em janeiro), empenhada em se defender de denúncias que a vinculam a Jaqueline, acusada de envolvimento com a Caixa de Pandora. Denúncias de ex-colegas de Celina, alguns chefiados diretamente por ela, entre 2007 e 2009, motivaram o Ministério Público a abrir um inquérito (o de número 08190.025659/11-62) em 15 de março deste ano. A investigação é conduzida pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep). Ao mesmo tempo, a Polícia Civil apura conduta de empresa ligada ao cunhado e ao marido de Celina em um suposto esquema de desvio de recursos da Administração Regional de Samambaia.

Apesar dos procedimentos formais, Celina está convicta. ¿Sou vítima de denúncias anômimas e totalmente infundadas.¿ E não economiza no predicativo para seus denunciantes: ¿É canalhice¿. Celina diz que as suspeições são uma reação ao seu perfil, de oposição. E atribui ao PT a responsabilidade pelo escândalo envolvendo o nome dela e o de familiares. ¿Não diria do partido como um todo, mas de alguns integrantes. Já fui convidada várias vezes para ser da base do governo, inclusive na frente de alguns deputados¿, disse. Segundo ela, o fato de não ter topado embarcar na base teria despertado a fúria da oposição.

Mesmo tendo ocupado o comando do gabinete de Jaqueline, de quem já foi muito amiga, Celina inaugurou uma cruzada para descolar sua imagem da parlamentar enrolada. ¿Tenho a cara da Celina Leão. Essa crise não é minha. É da deputada Jaqueline¿, repassou.