Título: Estimativa de Selic menor derruba juros
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Fonte: Gazeta Mercantil, 08/05/2009, Finanças, p. B2
8 de Maio de 2009 - As projeções dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) voltaram a recuar ontem diante da expectativa de novas reduções da Selic, atualmente em 10,25% ao ano. O DI de janeiro de 2010, o de maior liquidez, apontou taxa anual de 9,56%, ante 9,65% do ajuste anterior. Junho deste ano ficou com taxa anual de 10,13%, contra 10,14% do fechamento anterior. Janeiro de 2011 registrou queda de 10,50% para 10,27%. O recuo também foi acentuado no vencimento de janeiro de 2012, com queda de 11,21% para 11,05% ao ano.
A boa notícia do dia, que derrubou os juros futuros, ficou por conta da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizando que há espaço para a continuação da política monetária expansionista e que mais cortes nos juros podem acontecer. Para a economista-chefe da Arkhe DTVM, Inês Filipa, a ata mostra que apesar do fraco dinamismo econômico em virtude dos efeitos contracionistas da crise financeira e econômica internacional, há sinais de melhora na atividade econômica, no crédito para pessoa física e na confiança de empresários e consumidores, justificando desta forma o menor ritmo de corte da Selic.
Atentos há defasagem entre as decisões de política monetária e seu efeito sobre a economia, as próximas decisões terão efeitos mais concentrados no segundo semestre de 2009 e início de 2010, elevando a cautela do BC quanto a uma política expansionista, mantendo a atenção no cenário inflacionário. A economista ressalta, ainda, que estima uma queda de 0,5 ponto percentual na Selic, na próxima reunião do Copom que acontece no dia 10 de junho, podendo encerrar nesta reunião o ciclo de ajuste dos juros e fechar o ano com taxa de 9,75%. "Porém, uma melhora da economia abaixo do estimado e mudança expressiva no cálculo da poupança poderá manter o viés de baixa da Selic, porém não rompendo os 9,0%", finaliza.
Dólar cai 0,14%
No mercado de câmbio, o dólar chegou a cair mais de 1% nesta quinta-feira, ao piso de R$ 2,09, influenciado pelo apetite por risco e os desmontes de posições no mercado futuro de dólar. Porém, a realização de lucro nas bolsas de valores - que subiram de forma exagerada nos últimos dias - freou essa trajetória. A moeda norte-americana encerrou o pregão em leve baixa de 0,14%, vendida a R$ 2,109.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Maria de Lourdes Chagas e Simone e Silva Bernardino/ InvestNews)