Título: AIEA: Brasil apoia África do Sul
Autor: Aliski,Ayr
Fonte: Gazeta Mercantil, 13/05/2009, Internacional, p. A11

Brasília, 13 de Maio de 2009 - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse ontem que não é candidato à vaga de chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU). "Não fui, não sou e nem serei candidato à Agência Atômica. Não pretendo me candidatar nem a este posto, nem a nenhum outro posto internacional", ressaltou Amorim, alegando que informações sobre seu interesse são apenas especulações. Além disso, garantiu que apoia o nome indicado pela África do Sul, de Abdul Samad Minty. "O Brasil apoia firmemente a candidatura sul-africana", afirmou o chanceler brasileiro no início da tarde de ontem.

Amorim disse também que para a sucessão na Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco), o apoio brasileiro é dirigido para o ministro da Cultura do Egito, Farouk Hosny.

Amorim ressaltou ainda que o Brasil vive um momento de aproximação com o mundo árabe, e que o apoio a Hosny está em sintonia com essa determinação. "O grupo árabe nunca teve um diretor-geral da Unesco e consideramos que seria legítimo ter", afirmou o chanceler brasileiro, destacando que já foram realizadas duas cúpulas de discussão entre líderes árabes e da América do Sul.

Quanto à candidatura de Minty, o ministro disse que o apoio brasileiro tem ligação ao fato de a África do Sul ser `um país com o qual o Brasil compartilha a agenda em defesa do desarmamento nuclear e controle das armas nucleares". A substituição ocorre no final do ano, quando o atual chefe da AIEA, Mohamed El-Baradei, deixa o cargo depois de 12 anos.

A ausência do Brasil nessas duas disputas, ressaltou Amorim, não pode ser confundida com a falta de nomes capazes para a disputa. "O Brasil tem bons candidatos para qualquer cargo, mas isso não quer dizer que vamos lançar candidatos a todos", afirmou. Em referência a potenciais indicados brasileiros para a Unesco (Márcio Barbosa, diretor-adjunto da Unesco; e o senador do PDT do Distrito Federal Cristovam Buarque), o chanceler brasileiro disse que são nomes que merecem respeito, embora ressaltando que houve decisão política por não participar da disputa.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 11)(Ayr Aliski)