Título: Usina do rio Madeira pode ser antecipada
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Fonte: Gazeta Mercantil, 14/05/2009, InfraEstrutura, p. C6
Rio de Janeiro, 14 de Maio de 2009 - A entrada em operação da usina hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira (RO), poderá ser antecipada de 2012 para meados de 2011, segundo o presidente de Furnas, Carlos Nadalutti. O consórcio formado por Furnas e pela construtora Odebrecht previa o início das operações para maio de 2012, mas, segundo Nadalutti, o governo federal solicitou que o projeto seja antecipado para atender à demanda nacional.
Em entrevista ao Latin American Investment Summit, no dia 6 de maio, o presidente da Odebrecht havia informado que a antecipação seria para janeiro de 2012. "Temos uma perspectiva de antecipação porque o País precisa. Provavelmente, por uma necessidade do País, vamos antecipar para meados de 2011", disse Nadalutti a jornalistas após participar de seminário promovido pelo Conselho Mundial de Energia.
O executivo afirmou que a hidrelétrica começará a operar com uma capacidade de 500 megawatts (MW). A capacidade total da usina é de 3.150 megawatts.
A Câmara dos Deputados aprovou na noite de terça-feira uma medida provisória que desobriga a Eletrobrás de fazer contratações com base na lei de licitações. A medida foi comemorada por Nadalutti, para quem Furnas, subsidiária da Eletrobrás, terá mais agilidade nas contratações e na execução de obras. A idéia do governo é conciliar para que as obras da usina e das linhas de transmissão de Santo Antônio sejam finalizadas simultaneamente.
"Qualquer coisa que nos bote mais alinhados com o mercado é ótimo. Sempre será benéfico nós termos uma empresa alinhada com o mercado, com agilidade e dinamismo", acrescentou Nadalutti.
O assessor da área internacional da Eletrobrás, Ruderico Pimentel, afirmou que a medida provisória colocará a Eletrobrás em condições de igualdade com empresas concorrentes do setor elétrico. "Quando tem que fazer uma decisão qualquer, a gente leva meses para dar uma passo e ao mesmo tempo você concorre com empresas privadas que fazem isso com rapidez. É impossível trabalhar em um ambiente competitivo sem flexibilidade para poder agir", disse a jornalistas. "Enquanto você está em um ambiente monopolista, você pode ter até uma certa lerdeza, mas no ambiente competitivo é preciso velocidade. A lei 8666 às vezes é um verdadeiro inferno", acrescentou.
(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 6)(Reuters)