Título: Calote da estatal PDVSA é improvável
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Fonte: Gazeta Mercantil, 14/05/2009, InfraEstrutura, p. C6
Caracas, 14 de Maio de 2009 - É pouco provável que a estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) dê o calote nos fornecedores, pois a sua dívida com eles representa menos de 0,2% de sua renda anual, disse o Barclays Plc.
O presidente venezuelano Hugo Chávez disse em 8 de maio que vai confiscar ativos de 60 empresas de serviços petrolíferos, em meio a uma disputa sobre quanto a estatal deve aos fornecedores. O Ministério de Energia e Petróleo divulgou esta semana uma lista de 39 empresas que já tiveram ativos apreendidos.
A PDVSA está pressionando as empresas estrangeiras de serviços petrolíferos a baixarem seus preços, uma vez que a crescente dívida é um empecilho para a produção do petróleo. "Cremos que o não pagamento da PDVSA em relação aos fornecedores provavelmente terá caráter de curto prazo e que é extremamente improvável que isso desencadeie um evento de calote", disseram os Alejandro Grisanti e Juan Cruz, do Barclays.
A PDVSA devia às prestadoras de serviços US$ 13,8 bilhões no fim de 2008, disse o jornal "El Universal", citando um relatório enviado no fim do ano para a Assembleia Nacional. Um porta-voz da PDVSA se recusou a comentar o assunto.A produção da Venezuela, o maior exportador de petróleo das Américas, teve queda de 8,4% em abril em relação ao mesmo mês de 2008, segundo estimativa da "Bloomberg News". As prestadoras de serviços deixaram ociosos navios-sonda este ano devido ao atraso de pagamentos. Os preços do petróleo caíram 60% desde julho.
"Está claro que, apesar de que a PDVSA provavelmente terá um declínio significativo na renda com petróleo e de que os gastos deverão continuar subindo, a empresa ainda terá a capacidade de cumprir suas obrigações", escreveram Grisanti e Cruz. "Não estamos dizendo que a PDVSA está em boa situação financeira e/ou que está tomando as medidas certas na crise atual, mas sim que a empresa provavelmente não vai permitir um calote, e sim adotar outras medidas que poderão melhorar o seu balanço."
O custo de proteger os bônus da PDVSA do calote aumentou esta semana. Os credit-default swaps de cinco anos referenciados nos papéis da empresa aumentaram 32 pontos-base, para 16,42 pontos percentuais ontem, segundo a CMA Datavision.
(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 6)(Bloomberg