Título: Mercado espera queda de 0,49% do PIB no ano
Autor: Aliski,Ayr
Fonte: Gazeta Mercantil, 19/05/2009, Brasil, p. A5

Brasília, 19 de Maio de 2009 - Os agentes de mercado consultados pelo Banco Central voltaram a estimar uma queda de 0,49% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2009, a pior estimativa registrada desde o início do ano. Tal índice de queda já havia sido apontado há quatro semanas, mas logo depois houve uma recuperação das expectativas e o mercado passou a prever uma retração um pouco mais suave do PIB. Na semana passada, por exemplo, havia estimativa de retração de 0,44% coincidindo com a mudança de avaliação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que na última quinta-feira admitiu que a economia pode crescer entre zero e 2% este ano. Até então, Mantega insistia em um crescimento de 2%. Em relação ao PIB industrial, a estimativa do mercado é de queda de 4,13% em 2009, a mesma da semana passada.

Foi ampliada a expectativa em relação ao corte na taxa Selic, a nova aposta é de juro básico de 9% ao final do ano. Nas últimas sete semanas, as projeções do mercado apontavam para Selic de 9,25% no final do período. A perspectiva de juro menor ocorreu justamente na semana em que o governo anunciou uma forma de evitar migrações de recursos dos fundos de investimento para a poupança (cujas aplicações acima de R$ 50 mil serão taxadas a partir do ano que vem). Na ata referente à última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) estava sinalizado que o impasse institucional - uma referência às discussões sobre a caderneta de poupança - impedia maior queda da Selic. Para o câmbio, a nova projeção indica que o dólar valerá R$ 2,12 no final do período, frente projeção anterior de R$ 2,20.

Melhoraram as estimativas quanto ao saldo da balança comercial, com projeção de um superávit de US$ 18,15 bilhões, frente estimativa anterior de um saldo positivo de US$ 17,5 bilhões. Melhorou também a expectativa quanto ao déficit em conta corrente, que foi reduzida para US$ 18,9 bilhões, frente saldo negativo estimado em US$ 20 bilhões na semana anterior. A projeção relativa ao fluxo de Investimento Estrangeiro Direto (IED) manteve-se praticamente estável, fixada em US$ 22,04 bilhões, apenas US$ 20 milhões a menos que a estimativa da semana passada.

Foram reduzidas as expectativas quanto à inflação. A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu para 4,33%, frente 4,36%, na semana passada. Ambas projeções estão abaixo do centro da meta, que é de 4,5%, conforme estabelecido pelo governo, com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), o mercado projeta oscilação de 2,03%, perante projeção anterior de 2,17%. Em relação ao Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), vigora estimativa de alta de 1,81%, frente projeção da semana passada de que chegaria a 1,92%. Para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), a inflação da capital paulista, a nova estimativa é de alta de 4,32% no ano, frente projeção anterior de 4,33%.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Ayr