Título: OMS elege busca da vacina como prioridade
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Fonte: Gazeta Mercantil, 19/05/2009, Internacional, p. A14
19 de Maio de 2009 - O vírus da gripe H1N1 deve continuar a se disseminar rapidamente entre as pessoas, dentro dos países e ao redor do planeta, disse ontem a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan.
Ministros e especialistas iniciaram uma reunião em Genebra, Suíça, para discutir como combater o vírus com vacinas e medicamentos e o que levaria a OMS a declarar a existência de uma pandemia. No entanto, a organização manteve o nível de alerta. "Pela primeira vez na história da humanidade, estamos vendo, ou poderemos estar vendo, uma pandemia de gripe se desenvolver diante de nossos olhos", afirmou Chan perante a Assembleia Mundial de Saúde.
Na reunião, Brasil e México lideraram uma pressão junto à OMS para que as inovações tecnológicas que permitam aprimorar a detecção do vírus H1N1 e o desenvolvimento de medicamentos, vacinas e insumos para seu diagnóstico sejam tratados como bens públicos, conforme nota do Ministério da Saúde brasileiro. O ministro José Gomes Temporão afirmou em discurso que o Brasil está comprometido com a conclusão dos novos acordos para a partilha de informações sobre o vírus da gripe e o acesso às vacinas e outros benefícios. "Os dados devem ser tratados como bem público da comunidade internacional", afirmou Temporão.
Quarenta países confirmaram casos da cepa, que é uma mescla de vírus suíno, humano e aviário. De acordo com a OMS, o contágio foi confirmado em 8.829 pessoas, causando 74 mortes -- a maioria no México. Dados dos países elevaram este saldo para 78. (Ver tabela ao lado.) Já o Ministério da Saúde brasileiro informou ontem que o número de casos suspeitos no País caiu de novo, de 22 para 20.
O médico Richard Besser, chefe do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, disse que o novo vírus se espalhou por quase todos os 50 estados americanos e não mostrou sinais de estar se enfraquecendo.
Nova York registrou a primeira morte pelo vírus e o Chile relatou dois casos novos. Ontem, o Japão confirmou que 125 pessoas, muitas das quais não viajaram ao exterior, foram infectadas pela nova cepa. No final da tarde, esse número havia chegado a 163, segundo a agência Kyodo elevou a cifra para 163 infectados. Testes preliminares indicaram o primeiro caso suspeito na Grécia, de um grego que havia viajado aos EUA.
Para um alto executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), a epidemia da gripe A poderá ter "efeitos notáveis" sobre a economia mundial. Os riscos provocados pelo vírus A H1N1 para o crescimento permanecem, contudo, "difíceis de prever", afirmou John Lipsky, primeiro adjunto do diretor-geral do FMI para jornalistas em Tóquio.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 14)(Reuters, AFP e Agência Lusa)