Título: Mantega e Bendine negam alta nos juros do Banco do Brasil
Autor: Monteiro,Viviane
Fonte: Gazeta Mercantil, 20/05/2009, Finanças, p. B3
Brasília, 20 de Maio de 2009 - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco do Brasil (BB), Aldemir Bendine, negaram ontem que a instituição tenha elevado as taxas de juros nas últimas semanas, como mostram dados do Banco Central (BC). A demora para a queda nos juros e nos spreads bancários do banco levou a substituição de Antonio Lima Neto da presidência da instituição financeira, no início de abril, pelo atual presidente Bendine. O ministro Mantega disse que o banco público tem reduzido os índices de inadimplência e o custo dos empréstimos das principais linhas de crédito, tanto para pessoa física quanto para a jurídica.
Além disso, as operações de crédito concedidas pela instituição cresceram acima dos níveis praticados pelos "demais bancos líderes" do sistema financeiro. "Hoje recebi uma notícia (da direção do Banco do Brasil) que me deixou bastante feliz. A inadimplência está caindo tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica, demonstrando que a saúde financeira do banco se mantém e que a economia brasileira já está reagindo às novas condições de mercado, superando a crise", disse ministro, depois de fazer a primeira visita de trabalho à nova diretoria do BB, na sede da instituição. Ainda assim, Mantega afirmou que gostaria que o Banco do Brasil aumentasse mais as operações de crédito e que estima que o banco faça novas reduções nas taxas de juros.
Há cerca de 40 dias no comando do BB, Bendine afirmou que desde março "não houve nenhuma elevação da taxa de juros" nas operações de financiamento feitas pela instituição pública. "O Banco do Brasil vem reduzindo suas taxas de juros e espero que continue assim, para se tornar cada vez mais competitivo." Porém, Bendine afirmou que o banco tem esticado o prazo para o pagamento dos empréstimos e emprestado dinheiro a clientes com risco de crédito maior, o que tem contribuído para a elevação da taxa de juro para algumas modalidades. "É natural que o juro seja maior quando o prazo do pagamento é mais longo. E quanto se tem uma faixa de clientes com risco maior tomando crédito", explicou.
Ranking não reflete o mês
Em março, o BB retomou sua posição de líder em ativos no sistema financeiro do País e do Hemisfério Sul, perdida após a fusão do Itaú Unibanco, em novembro de 2008. Sem querer contestar os dados do Banco Central, que indicam que nas últimas semanas houve aumento da taxa de juro praticada nas operações de crédito do BB, Bendine destacou que o ranking diário do BC não reflete os números consolidados do mês.
"O Banco Central mede um tipo de situação que diz respeito à taxa média ponderada dos bancos em um período. E há alguns fatores que podem interferir nos dados. É o caso das linhas de crédito com maiores riscos", declarou. "E como o banco teve operação com mais risco, isso pode ser um dos fatores", complementou o executivo. A assessoria de imprensa da instituição controlada pelo governo federal informou que o BB só divulga os dados de crédito, taxa de juro e de inadimplência em períodos oficiais. Ou seja, na divulgação dos seus balanços financeiros.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Viviane Monteiro)