Título: As denúncias do Correio
Autor: Sassine, Vinicius
Fonte: Correio Braziliense, 28/03/2011, Brasil, p. 6

17 de março A retomada do licenciamento da construção da usina Angra 3 foi feita sem cumprimento a uma norma sobre acidentes severos estabelecida pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Os projetos de Angra 1 e Angra 2, da década de 1970, também desrespeitam a norma.

22 de março Por causa de uma licença travada na Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), o Brasil precisa gastar R$ 40 milhões com importação de urânio, necessário para abastecer Angra 1 e 2. Até 2009, o país era autossuficiente na extração do mineral.

23 de março A usina Angra 2 opera há dez anos sem uma licença definitiva. Até hoje, a Cnen só emitiu a autorização de operação inicial. Falta a autorização de operação permanente. Segundo a Cnen, a licença não foi emitida por culpa do Ministério Público Federal, que não deu por encerrado um termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado para a construção da usina.

24 de março A 4ª Câmara de Coordenação e Revisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) confirma o descumprimento de diversas cláusulas do TAC, como a exigência de planos básicos ambientais e de monitoramento dos efluentes líquidos e da água do mar.

27 de março A Cnen ainda não sabe o que fazer com 578,6 toneladas de combustível usado e 7,4 mil tambores abarrotados de rejeito radioativo resultante do funcionamento de Angra 1 e 2. O lixo atômico está armazenado em espaços próximos do esgotamento físico. Cronograma para depósitos definitivos, sob responsabilidade da Cnen, precisou ser prorrogado.