Título: Recursos do FAT serão usados para criar empregos
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Fonte: Gazeta Mercantil, 22/05/2009, Brasil, p. A5

22 de Maio de 2009 - O governo criará duas linhas de crédito com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para estimular a criação de emprego este ano. Uma é um financiamento de mais de R$ 100 milhões para a renovação da frota de motos de trabalhadores que as utilizam em sua atividade profissional. Outra é uma linha de capital de giro de R$ 200 milhões para o setor de turismo, informou ontem o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. Ele antecipou que os empréstimos serão concedidos com taxas de juros mais baixas do que as praticadas hoje no mercado. As medidas estariam em negociação com o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal e serão apresentadas ao Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), na próxima reunião.

"Pediremos a autorização ao Conselho para a liberação de um total de R$ 300 milhões, para que tenhamos um fortalecimento da política anticíclica e para gerar emprego e renda. São dois setores fortes na nossa economia que ajudarão a alcançar a meta de criação de mais de 1 milhão de empregos para este ano", disse o ministro.

Segundo Lupi, a linha de crédito para a renovação de motos será destinada aos trabalhadores da área. "É uma linha de crédito para a renovação da frota para trabalhadores que usam motos como seus veículos, como o seu ganha pão", resumiu Lupi, sem querer dar detalhes.

Quanto ao financiamento para o turismo, o ministro disse que a medida tem a parceria do Ministério do Turismo e vai beneficiar todo o setor. Ou seja, empresários de hotéis, de transportes e agência de turismo.

Crítica a Meirelles

O ministro Carlos Lupi ironizou as declarações do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, de estimar um crescimento da taxa de desemprego do Brasil este ano. Meirelles teme que a taxa volte aos patamares de 2007. Carlos Lupi sinalizou que a taxa de juros precisa baixar para viabilizar investimentos e estimular a criação de empregos. "Eu temo as altas da taxa Selic. É uma questão de avaliação de números, a democracia é assim", alfinetou o ministro. "Qualquer desemprego preocupa, da mesma forma que me preocupa a taxa Selic muito alta". Lupi, porém, diz acreditar que a tendência é que a taxa Selic se adapte aos níveis de juros mundiais. Segundo ele, o Banco Central já está acompanhando tal tendência. "Todo mundo está baixando a taxa de juros para ajudar que o capital vá para o investimento e produção, para que ajude a gerar emprego e renda. E esse caminho já está sendo feito no Brasil", ressalvou.

Lupi criticou a decisão da equipe econômica do governo de reduzir a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 1% no Orçamento da União, ante os 2% que vigoravam. O ministro mantém a estimativa de que a economia este ano crescerá entre 2% e 2,5%. "Não concordo com a revisão do PIB para 1%", disse ele.

Para Lupi, o saldo de emprego positivo em maio deverá superar o de abril, de 106.205. "Para o desconforto dos pessimistas, o saldo em maio será ainda maior que o abril e se ampliará para mais sobre os setores da economia".

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(V.M.)