Título: BNDES libera R$ 1,4 bilhão para usina térmica da MPX e EDP
Autor: Scrivano,Roberta
Fonte: Gazeta Mercantil, 22/05/2009, InfraEstrutura, p. C2

São Paulo, 22 de Maio de 2009 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou ontem um financiamento de R$ 1,4 bilhão para a MPX e a Energias do Brasil aplicarem na usina térmica Porto Pecém I, no Ceará. "A aprovação final do financiamento reforça a viabilidade e relevância do empreendimento", disse a MPX por meio de comunicado divulgado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A central terá 720 megawatts de potência e começou a ser construída em julho de 2008. O empréstimo, segundo a MPX, terá prazo de 17 anos, sendo 14 anos de amortização, e carência para pagamento de juros até julho de 2012.

A obra ainda conta com financiamento direto já aprovado de US$ 147 milhões pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento e outro indireto de US$ 180 milhões obtido por meio de um consórcio de três bancos comerciais internacionais. "Considerando o valor total financiado pelo BNDES e BID e o investimento necessário para a implantação do projeto, a estrutura de capital/dívida do projeto será de aproximadamente 25%/75%", informou a MPX.

O BNDES reforçou que "financiará 45,51% do total previsto, de R$ 3,4 bilhões, e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), 30% - equivalentes a R$ 1 bilhão".

A térmica faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal e, segundo a MPX, "utilizará tecnologia de queima limpa de carvão, cumprindo as mais rigorosas exigências da legislação brasileira e de organismos internacionais".

De acordo com o BNDES, as emissões de previstas "estão enquadradas nos limites estabelecidos pela legislação brasileira, bem como nas orientações do Banco Mundial. Além disso, as emissões poderão ser ainda menores com a instalação de tecnologia de sequestro de carbono, em que os gases gerados são redirecionados da chaminé da usina para um tanque de microalgas, que se alimentarão desses gases". Essa nova tecnologia de sequestro de será desenvolvida pela companhia MPX em parceria com a Universidade do Ceará.

A usina de Pecém I já comercializou 615 MW médios no mercado, garantindo receita fixa anual de R$ 467,5 milhões. O início da operação comercial está previsto para janeiro de 2012.

Atualmente, o parque gerador da Energias do Brasil tem 1.702 MW de capacidade instalada, com usinas de geração localizadas em cinco estados, com outros 414 MW em processo de repotenciação e construção. Em 2008, foram iniciadas as repotenciações da UHE Suíça (2,3 MW) e da PCH Rio Bonito (5,2 MW), com entrada prevista em 2009 e da UHE Mascarenhas (17,5 MW), com início estimado em 2010. Em 2012, com a entrada em operação comercial de Pecém I, a capacidade instalada total da Energias do Brasil atingirá 2.116 MW.

Além da geração, a Energias do Brasil opera no segmento de distribuição de eletricidade por meio das empresas Bandeirante e Escelsa.

No setor de comercialização, a EDP Energias do Brasil é representada pela Enertrade, criada em 2001, cujo principal objetivo era administrar o portfólio de contratos de energia entre as empresas do grupo.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 2)(Roberta Scrivano)