Título: Consumo de eletricidade na indústria despenca em abril
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 26/05/2009, InfraEstrutura, p. C6
Rio de Janeiro, 26 de Maio de 2009 - O consumo de energia no Brasil caiu 0,4% em abril contra igual mês do ano anterior, ficando praticamente estável em 32.162 gigawatts. O consumo industrial, no entanto, despencou 8,9%, voltando aos níveis de 2005 e 2006, informou ontem a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
De maneira geral, o consumo de eletricidade nos quatro primeiros meses deste ano apresenta redução de 2,4% na comparação com 2008 e aumento de apenas 1% sobre 2007.
A queda da utilização de energia pelas indústrias foi compensada pelo aumento expressivo do consumo em residências e no comércio, de 8,9% e 8,5%, respectivamente, favorecidos pela base de comparação deprimida de abril de 2008, quando se verificou temperaturas mais baixas e menos dias de leitura do consumo.
"É no Sudeste onde a redução do consumo tem se dado de forma mais acentuada. De janeiro a abril, o consumo industrial na região foi quase 15% inferior ao de 2008 e encontra-se acima apenas do verificado em 2004", informou a EPE.
Apesar de negativa, a taxa de consumo industrial demonstra uma recuperação gradativa em relação ao início do ano, quando chegou a cair 15%.
Segundo a EPE, a queda de consumo na indústria está mais concentrada no mercado livre, formado por grandes empresas ligadas à exportação. Em abril, o mercado livre apontou retração de 12,5% no consumo de energia, contra uma taxa de menos 4,5% do consumo cativo (por contrato com distribuidoras).
As principais quedas em abril estão concentradas nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, enquanto São Paulo, que reúne quase metade do parque produtivo do País, ficou em vantagem devido à diversificação da produção e ao foco no mercado interno.
O Estado do Espírito Santo registrou queda de 29,5% no consumo de energia em abril; Rio de Janeiro, menos 21,2%; Minas Gerais, redução de 12,7%; e São Paulo, de 6,9%. "As reduções mais acentuadas têm ocorrido no Espírito Santo e em Minas Gerais, onde há forte presença de indústrias de grande porte ligadas ao ramo metalúrgico e de mineração, ambos voltados primordialmente para o mercado externo", explicou a EPE.
Ainda de acordo com informações da EPE, no consolidado do quadrimestre terminado em abril, a indústria registrou queda de 11%, enquanto o consumo residencial subiu 6,6% e o comercial cresceu 6,1%.
(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 6)(Reuters)