Título: Nível de atividade cairá 5% no ano, prevê Fiesp
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 29/05/2009, Brasil, p. A4

São Paulo, 29 de Maio de 2009 - A Federação e das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) prevê uma retração de 5% no nível de atividade neste ano, em uma projeção considerada "otimista" pela entidade. Para que a estimativa se confirme, que representaria o pior desempenho do setor desde 2003, o Indicador de Nível de Atividade (INA) precisaria avançar 2,4% ao mês, com ajuste sazonal, até o final de 2008, o que seria inédito na história da indústria.

Em abril, o INA apresentou estabilidade, com pequena alta de 0,1% em relação ao mês anterior, com ajuste sazonal. Sem ajuste sazonal, a variação foi negativa em 1,6%. A indústria paulista acumula queda de 14,6% no ano, o pior resultado da série histórica, iniciada em 2001, de acordo com a pesquisa divulgada ontem pela federação.

Segundo os cálculos do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, se o indicador se mantiver estável nos próximos meses, a indústria pode amargar um tombo de 11,8%. Para encerrar o ano sem queda de atividade, o indicador precisaria registrar expansão mensal de 3%, o que, para entidade, é pouco provável.

Na avaliação da Fiesp, o indicador está em "ligeira recuperação", próximo de um novo patamar. A recuperação deve ser lenta e gradual, mas longe do desempenho apresentado do ano passado.

O total de vendas reais, um dos componentes do INA, apresentou queda de 10,2% em abril. No acumulado do ano, tiveram baixas expressivas o total de horas pagas (-6,8%), horas trabalhadas na produção (-9,1%) e horas médias trabalhadas (-7,1%). O nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) atingiu 78,4% no mês, contra 82,6% em abril do ano passado.

A indústria de metalurgia básica registrou melhora no nível de atividade, após uma série de resultados negativos no início do ano. Em abril, apresentou alta de 2% na série dessazonalizada, mas ainda acumula queda expressiva, de 27,3%, no ano.

O setor de minerais não metálicos sinaliza tendência de estabilidade, com uma elevação de 0,6% com ajuste. No entanto, ainda acumula retração de 4,1% no ano.

A indústria de alimentos e bebidas, por sua vez, avançou 4,5% de janeiro a abril. No mês, o crescimento no nível de atividade foi de 2%.

Confiança do empresário

A confiança do empresário da indústria paulista ficou estável entre a primeira e a segunda quinzena de maio. No período, o indicador antecedente da Fiesp passou de 53,2 para 51,8 pontos, sinalizando uma tendência de expansão da atividade industrial. Pela pesquisa, o indicador próximo do patamar de 50 pontos aponta neutralidade.

O resultado foi puxado pela melhora de percepção dos empresários em relação ao mercado (61,3) e vendas (56,6). Emprego e investimentos também tiveram alta, de 51,5 e 51,9 pontos, respectivamente.

Com pontuação próxima de 40 pontos há três medições, o indicado de estoque atingiu 37,5 pontos, nesta quinzena. Para a departamento de economia da Fiesp, o resultado dá indícios de que o ciclo de ajuste dos estoques está chegando ao fim.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 4)(Redação)