Título: Para diretor de estatal, pré-sal não será prejudicado
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Fonte: Gazeta Mercantil, 28/05/2009, Brasil, p. A8

Brasília, 28 de Maio de 2009 - A CPI criada no Senado para investigar os negócios da Petrobras não atrapalharão "de maneira nenhuma" os investimentos da estatal no pré-sal, afirmou ontem o diretor de Exploração e Produção da empresa, Guilherme Estrella.

A afirmação do diretor se choca com declarações de integrantes do governo e da base aliada ao Executivo no Senado, segundo às quais a investigação política poderá prejudicar a companhia.

O próprio presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, afirmou na terça-feira, na Bahia, que a CPI poderia desviar o foco de diretores da empresa dos projetos da companhia, que também poderia ter sua imagem arranhada.

"São planos já estabelecidos há muito tempo, são planos de longo prazo, não são planos para amanhã, de modo que não haverá nenhum tipo de interrupção dos nossos trabalhos com o pré-sal", disse Estrella a jornalistas depois de participar de audiência pública na Câmara dos Deputados, realizada para debater o plano de negócios da Petrobras.

"Os investimentos do pré-sal estão garantidos no nosso plano estratégico", acrescentou o diretor da Petrobras, referindo-se à projeção anunciada pela empresa de investir um total de US$ 174,4 bilhões até 2013.

Mais cedo, o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Santana da Rocha, havia dito que a CPI é um "absurdo" e pode prejudicar os fornecedores da companhia."Isso chocou muito a nossa indústria, principalmente o nosso segmento, que pode ter problemas em função de alguns desavisados desse país", afirmou Rocha durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados sobre os investimentos da Petrobras para o período 2009-2013.

Ele, que destacou a "seriedade e honestidade" da estatal durante a audiência, pediu aos integrantes da bancada parlamentar que defende os interesses do setor no Congresso que se mobilizem para criticar a instalação da comissão.

"Essa CPI é contra os princípios do desenvolvimento do país, que está precisando de ter uma redução na sua conta/frete", afirmou o presidente do Sinaval

"A indústria naval demonstra a sua indignidade em relação ao que está acontecendo no país com um cliente potencial, que é a Petrobras, que pensa em desenvolvimento, traz tecnologia, traz conteúdo nacional e gera emprego", afirmou.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 8)(Reuters)