Título: Dólar fecha a R$ 2,01 e já acumula queda de 7,6% no mês
Autor: Silva,Simone ; Bernardino
Fonte: Gazeta Mercantil, 28/05/2009, Finanças, p. B2
28 de Maio de 2009 - A melhora das condições da economia mundial e a resiliência do Brasil à crise mantém o País na rota para o capital externo. Essa forte entrada de recursos associada a fatores técnicos levaram o dólar a menos de R$ 2 pela primeira vez desde outubro. A moeda norte-americana atingiu a mínima de R$ 1,998 no intraday, mas encerrou a sessão a R$ 2,016, queda de 0,20% sobre a sessão anterior.
Nos últimos dias, investidores estrangeiros e hegde funds vêm atuando para fazer o dólar cair, visando o enfraquecimento da última Ptax do mês, dia 29, que liquidará os contratos de dólar de junho na BM&F Bovespa e ajustará operações com opções e swap cambial tradicional e reverso.
Para Marcel Tomazoni, da Capital Market, o recuo do dólar para abaixo de R$ 2 já era esperado. Desde o começo de março, quando a moeda norte-americana atingiu as máximas do ano ao redor de R$ 2,40, o dólar já caiu quase 18%. Somente neste mês, a divisa acumula baixa superior a 7,6%.
Para Tomazoni, a tendência de queda no mercado doméstico é fortalecida pela percepção global de que o pior da crise já passou. "Já havíamos rompido o importante suporte de R$ 2,05, agora rompemos os R$ 2. Se o cenário continuar, o dólar deve continuar caindo e se estabilizar em torno de R$ 1,80".
O Banco Central, como nos últimos dias, manteve as compras diárias no mercado à vista, reforçando ainda mais as reservas internacionais do País. "A política do BC de comprar dólar para recompor as reservas alimenta o ingresso de capital externo porque torna o País cada vez mais sólido", diz um operador.
Para o economista da Um Investimentos, Hersz Ferman, além dos juros elevados por aqui - próximos de 10% enquanto nos EUA e Europa as taxas estão próximas de zero, dando margem para arbitragem - os fundamentos domésticos trazem conforto para os investidores. Vale lembrar que após a obtenção de dois títulos de grau de investimento, o risco-País caiu significativamente.
Contrato de DI
Já o mercado de juros futuros teve um dia de ajustes. Na BM&F Bovespa, as projeções de juros embutidas nos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimentos de longo prazo apontaram alta. No curto prazo demonstram estabilidade. O DI de janeiro de 2010, o mais líquido, apontou taxa anual de 9,25%, mesma do ajuste da sessão anterior. O contrato de janeiro de 2012 projetou taxa de 10,75%, contra 10,62% na terça-feira.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Simone Silva e Bernardino e Maria de Lourdes Chagas)