Título: México e Chile ampliam ação conjunta
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Fonte: Gazeta Mercantil, 23/09/2004, Internacional, p. A-12
Os presidentes do Chile, Ricardo Lagos, e do México, Vicente Fox, assinaram ontem um pacto para iniciar as negociações na busca de um Acordo de Associação Estratégica (AAE), que ampliará a excelente relação econômica que mantêm, a questões políticas e de cooperação. Em um ato na residência oficial de Los Pinos, Fox e Lagos anunciaram que buscarão "promover uma associação ampla em todos os âmbitos", o que unirá os esforços econômicos, políticos e de cooperação.
Em declaração conjunta, indicam que em matéria política, ambos governos mantêm "posições comuns em diversos organismos e fóruns internacionais", como as Nações Unidas, o que é um impulso a reforçar os laços e a buscar alianças mais profundas. Os presidentes comemoraram os resultados do Tratado de Livre Comércio mantido países desde 1999, e se comprometem a buscar com um AAE mais proximidade em matéria social e cultural.
Um primeiro compromisso concreto sobre cooperação é estabelecer "um fundo governamental anual destinado a resolver e incrementar os programas" existentes e a "aumentar os programas de cooperação conjunta para terceiros países, particularmente da América Central e do Caribe".
Os líderes políticos mencionaram expressamente o Haiti, um país com altíssimos níveis de pobreza que sofreu problemas de instabilidade interna e um recente furacão que deixou mais de 700 mortos e mil desaparecidos.
Embora não haja data para a conclusão deste AAE, fontes oficiais chilenas confiam em que o mesmo possa estar pronto em novembro, quando Fox visitará o Chile para participar do Fórum Econômico Ásia Pacífico (APEC), ou em 2005. Em entrevista coletiva, Fox elogiou que se tenha começado a buscar o AAE precisamente quando seu país passou a ser membro associado do Mercosul (Mercado Comum do Sul).
Para o presidente mexicano, buscar agora um AAE permite pensar em "uma maior integração da América do Sul".
Por sua vez, Lagos disse que foram as coincidências em política externa e outras matérias nos últimos anos que animaram o Chile a buscar um AAE com o México. Para o presidente chileno, este acordo permitirá consolidar uma "identidade comum de valores e propósitos" em assuntos como o fortalecimento das instituições multilaterais e a busca de normas comuns e compartilhadas.
"Uma globalização sem regras é uma globalização onde os mais fortes prevalecem", disse Lagos, que destacou também as coincidências com o México para "dar maior voz e presença à América Latina".
Lagos disse confiar que uma aliança México-Chile sirva também a propósitos estritamente bilaterais, para "colocar nossas relações em outro nível" através de três pilares: consultas políticas, acordos comerciais e cooperação.
A visita de Lagos ao México incluiu reunião com políticos e empresários mexicanos.