Título: Deputados dos EUA reduzem restrições a Cuba
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Fonte: Gazeta Mercantil, 23/09/2004, Internacional, p. A-12

A Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou ontem duas medidas para suspender as restrições de vendas agrícolas e os intercâmbios estudantis a Cuba, em desafio à política da Casa Branca. Os legisladores aprovaram as medidas como parte de um projeto de lei que destinará US$ 90 bilhões aos departamentos de Transportes e do Tesouro, no ano fiscal de 2005.

Uma das medidas, proposta pela legisladora democrata Barbara Lee, põe fim às restrições "punitivas" de viagens com propósitos educacionais. A outra emenda, da democrata Maxine Waters, facilita a venda de produtos agrícolas, medicamentos e equipamentos médicos à ilha. A câmara baixa aprovou as medidas com pleno conhecimento de que a Casa Branca ameaçou vetar o projeto de lei de despesas se incluir cláusulas que flexibilizem o embargo imposto a Cuba.

O legislador democrata Charles Rangel sofreu uma derrota de 225 votos contra 188 - que ele mesmo já antecipava - com uma emenda que eliminaria totalmente o embargo de mais de 40 anos a Cuba. O republicano Ernest Istook reproduziu as afirmações de seus colegas que votaram contra as medidas, ao assegurar que estas "se dissiparão" quando ambas as casas do Congresso tiverem que harmonizar seus respectivos projetos de lei para a votação definitiva.

Na terça-feira, a Câmara baixa aprovou, com 225 votos a favor e 174 contra, uma emenda do representante democrata Jim Davis que permite uma maior freqüência das viagens de americanos a Cuba. A medida autoriza os cubano-americanos a viajar a Cuba uma vez ao ano e não a cada três anos, como estabelecem as atuais restrições.

O governo do presidente George W. Bush tinha pedido em uma declaração que a Câmara de Representantes, sob controle republicano, não modificasse essa política porque isso suporia ajudar o regime "repressivo" de Fidel Castro.